Metrobus do Porto. "Veículos estarão prontos em semanas"
O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, garante que os veículos já chegaram e aguardam a homologação pelo IMT. É uma questão de semanas para começarem os ensaios, diz.
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O Metrobus do Porto, a hidrogénio, vai mesmo para a estrada antes do fim do ano, após algumas falsas partidas que fizeram o projeto atrasar um ano. "Faltam apenas algumas semanas", disse o presidente da Metro do Porto.
"Os veículos já cá estão e encontram-se em fase final de programação, porque têm muitas ligações ao sistema, mas estão prontos a serem entregues", disse Tiago Braga. "É uma questão de semanas", estimou aquele responsável, em declarações à margem do debate "Porquê o BRT?", que decorreu do Centro da Juventude, em Braga no dia 22 de setembro, no âmbito do Portugal Mobi Summit, uma iniciativa conjunta das marcas JN, TSF, DN e DV.
Segundo o presidente da Metro do Porto, ficam a faltar apenas a homologação dos veículos pela autoridade de transportes para os veículos iniciarem a operação. Depois dessa homologação pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), podem começar os ensaios de acostagem dos veículos às estações e a respetiva formação dos motoristas.
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Tiago Braga lembrou que o atraso no arranque do metrobus se deveu à impugnação do concurso público internacional, que obrigou a lançar um novo concurso e a cumprir todos os prazos previstos na lei, bem como aguardar pelo visto do Tribunal de Contas. "Nesse processo, perdemos um ano, não fora isso e os primeiros autocarros já nos teriam chegado há um ano", disse.
Ao longo do debate com os seus colegas de painel, Tiago Braga desmontou algumas críticas que têm sido apontadas ao processo do metrobus. "Posso garantir que os veículos vêm com portas dos dois lados, ao contrário do que já se disse por aí". Outros reparos foram apontados às estações de arquitetura diferente que foram especificamente concebidas para a área envolvente à Fundação Serralves, encomendadas ao premiado arquiteto portuense Álvaro Siza. "Tivemos o cuidado de respeitar essa especificidade" para envolver a arte no projeto, mas até isso foi alvo de crítica, lamentou.
Tiago Braga acredita que os portuenses vão ter razões para se orgulharem do novo sistema de transporte público, na mesma lógica do slogan criado por Fernando Pessoa para a Coca- -Cola "primeiro estranha-se, depois entranha-se". Afinal, também foi um pouco assim a relação inicial com o metro do Porto.
Os veículos do metrobus vão ter 18 metros de comprimento e, graças à via dedicada e configuração das estações, vão poder transportar mais gente e com tempos de espera e de paragem muito menores, com reflexo direto no aumento da frequência.
Tal como os gestores de transportes de Braga, Coimbra e Oeiras, Tiago Braga considera que a opção pelo BRT não se explica apenas por o preço mais barato. "Os fundamentos da escolha são exclusivamente técnicos, tendo em conta também a sustentabilidade financeira das operações".
A Metro do Porto está também a ponderar outras linhas para além da primeira, a da Boavista. A ideia é lançar outras, que cheguem até à Maia e à Trofa, por ser um modelo eficiente e sustentável, revelou o responsável. "E no contexto urbano, o que interessa é o tempo de espera", concluiu Tiago Braga.