Academia Sueca enaltece "obra convincente e visionária" do autor húngaro de 71 anos. Escritor vem ao festival Fólio, em Óbidos, no dia 19 de outubro.
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Autor de "uma obra convincente e visionária que, no meio do terror apocalíptico, reafirma o poder da arte", nas palavras do porta-voz do júri, László Krasznahorkai é o vencedor da edição deste ano do Prémio Nobel da Literatura. Propensa a surpresas frequentes, a Academia Sueca optou, desta vez, por confirmar o favoritismo que, há largas semanas, lhe era atribuído pelas casas de apostas. O segundo nome mais citado, o japonês Haruki Murakami, tinha contra si não só o facto de, no ano passado, já ter sido distinguida uma autora do mesmo continente (a sul-coreana Han Kang), como a própria popularidade dos seus livros, "pecadilho" normalmente penalizado pelo júri do prémio.
Apenas o segundo escritor húngaro a ser distinguido com o Nobel (o primeiro foi Imre Kertész, em 2002), Krasznahorkai é o cronista sombrio de um país que ainda carrega reminiscências imperiais mal solucionadas, ao mesmo tempo que lida com os fantasmas do comunismo e se debate agora com a emergência de uma Direita ultraconservadora.