Rapper norte-americana de 24 anos lançou o seu esperado primeiro longo formato com forte ligação ao drill e ao trap.
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O que acontece quando um artista nasce e cresce na hipersónica mas pouco duradoura atenção da Internet?
A longo prazo, teremos de esperar para ver. Para já, o primeiro e novo álbum de Ice Spice, “Y2K!”, parece mostrar que um sucesso baseado no digital se reflete (quase sempre) no produto que depois se traz ao público – e que, assim sendo, dificilmente sobrevive fora da bolha onde começou: as redes sociais.
Cerca de dois anos depois do single “Munch (Feelin’ U)”, que conta agora com mais de 130 milhões de reproduções no Spotify, a catapultar para um sucesso rápido e grandioso no meio digital, Ice Spice lança o primeiro e aguardado longo formato. De longo, na verdade, só o nome, uma vez que o trabalho lançado na semana passada apresenta 10 músicas (apenas seis delas são novas) que, no total, duram 23 escassos minutos.
Este parece ser o primeiro e mais gritante sinal de que o trabalho da artista cujo nome de nascimento é Isis Gaston se foca no consumo rápido.
Ice Spice tem sabido, durante estes dois curtos mas frenéticos anos (já foi quatro vezes nomeada aos Grammy), acompanhar-se de grandes nomes, destacando-se trabalhos com Nicki Minaj e Taylor Swift. Em “Y2K!” esta sabedoria não é descurada, trazendo para o álbum de estreia Central Cee ou Travis Scott. Estas colaborações ficam a desejar, não passando de meros apontamentos numa canção que, só por si, já é curta.
Sendo um assumido álbum entre trap e drill, as letras são propositadamente leves, viscerais, provocadoras. Mas foram raras as vezes em que temas vazios de mensagem ou poética descredibilizaram aclamados nomes masculinos deste subgénero. Ice Spice chega para dominar este Mundo e sabe como fazê-lo. É uma promessa a seguir.