O aplauso para Jeff Buckley no cinema, que não lhe conseguimos dar em vida
"It's never over Jeff Buckley", documentário de Amy Berg, estreou no Doclisboa. Da infância à sua partida, com vídeos raros ou caseiros e depoimentos de quem lhe foi mais próximo, conhecemos o possível, sobre o clarão de luz e génio que foi o autor de "Grace".
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O Mundo é hoje um lugar mais pobre sem Jeff Buckley. Já o sabíamos, mas a impressão é arrebatadora depois de vermos "It's never over", documentário de Amy Berg sobre a vida e obra do cantor, nascido em 1966 em Anaheim, na Califórnia. É um sentimento invasivo, angustiante, que se agiganta no final, quando o ecrã de cinema fica preto, ouvimos a voz do músico a agradecer ao público e a sala irrompe num longo aplauso - pelo filme e por ele, um reconhecimento que ninguém ali lhe conseguiu dar. Aconteceu na estreia no Doclisboa esta sexta-feira - ainda se pode ver o filme no Trindade, Porto, este sábado e no dia 22; e na Culturgest, a 26.
Foi há 28 anos e, em muitos aspetos, parece já meio difuso e irreal - tanto quanto o clarão de luz e génio que ali culminou. A 29 de maio de 1997, o Mundo recebia a notícia do desaparecimento de Jeff Buckley, enquanto nadava no rio Wolf, no Mississippi. O corpo só viria a ser encontrado dias depois. Tinha 30 anos e uma carreira curta, mas fulgurante, que se traduziu em três anos de estrada e um disco de estúdio: um espaço ínfimo no mundo da música - e, ainda assim, suficiente para deixar um legado inegável e, até hoje, marcante em inúmeros artistas e várias gerações.
