Novos filmes, séries e livros apostam em abordagens e ângulos até agora desconhecidos.
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À boleia dos 20 anos do 11 de setembro, muitas têm sido as propostas artísticas que têm chegado nos últimos meses. As séries e os filmes estão em franca maioria, mas há também livros na longa lista de obras sobre o tema publicadas recentemente.
De teor diverso, todas essas propostas convergem num ponto: no objetivo de revelar novos ângulos ou abordagens sobre os trágicos acontecimentos ocorridos no início do milénio que mostraram aos EUA uma vulnerabilidade que os seus cidadãos desconheciam.
Na ficção, um dos principais destaques recai sobre "Worth", drama da Netflix em que Michael Keaton desempenha o papel de um advogado incumbido de negociar o valor da indemnização a atribuir aos familiares das vítimas dos atentados.
É nos documentários que se concentra a generalidade das novas obras. Transmitido pelo Canal História, "I was there" consiste na exibição das gravações feitas pelas testemunhas dos atentados em Nova Iorque. A partir dos vídeos registados pelos transeuntes que estavam a circular nas imediações do World Trade Center na manhã fatídica, é construída uma narrativa que dispensa a habitual voz "off" para acentuar o impacto das imagens.
O olhar das testemunhas está ainda no centro de "Memory box: Echoes of 9/11". O documentário da NBC reúne, duas décadas depois, um conjunto de pessoas que nunca mais esqueceram o que presenciaram a 11 de setembro.
Com narração de Jeff Daniels, "Inside the president"s war room" é uma coprodução da Apple TV e da BBC que reconstitui as 12 horas subsequentes aos atentados do ponto de vista do presidente da época, George W. Bush, mormente nas reuniões secretas mantidas com os seus principais colaboradores Condolleeza Rice e Colin Powell.
Nos livros, o destaque recai sobre "O vento mudou de direção". A obra, publicada pela Oficina do Livro, segue o percurso de vários árabes cujas vidas foram severamente prejudicadas na sequência da islamofobia que varreu o planeta depois dos ataques bombistas executados pela Al Qaeda. A sua autora é Simone Duarte, jornalista brasileira, atualmente a residir em Portugal, que, então ao serviço da TV Globo, narrou em direto os trágicos acontecimentos perante uma audiência recorde.