José Mário Branco, músico e compositor falecido esta terça-feira, é recordado como um "cantautor" de músicas de intervenção, que durante anos cantou país o Mundo que sonhou e a realidade do país em que viveu.
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José Mário Branco morreu esta terça-feira, aos 77 anos. Quem o conheceu bem, como o produtor David Ferreira, diz que foi um homem que acreditou toda a vida que era possível mudar o mundo. Talvez por isso "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" seja uma espécie de hino à vida do músico e compositor portuense.
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"Escrita de um só sopro, numa noite de fevereiro de 1979", como dizia José Mário Branco no introito para a música, a canção "FMI" pode ter perdido alguma atualidade pelo caminho, mas foi válida nas outras duas intervenções do Fundo Monetário Internacional. É daquelas canções que saltam à memória de todos quando se fala do cantautor natural do Porto e agora falecido.
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Considerado um pioneiro daquilo a que agora se chama de "spoken word", José Mário Branco mostrou, em "Mudar de vida", a faceta de cantor de intervenção que fez do artista uma espécie de pai do hip hop português. "Quais são os teus valores? O amor, a liberdade, a igualdade, a amizade, a Justiça. E também a honestidade".
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Havia em José Mário Branco aquela inquietação com o Mundo, aquele que sonhou e via adiado, e com o país em que viveu, da ditadura à liberdade. Da frustração de não ter o Portugal ambicionado, mais justo, equilibrado e solidário, patente em "Inquietação".
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"Ser solidário", do álbum com o mesmo nome, é uma das músicas que reflete a preocupação de José Mário Branco com o outro e com um mundo mais justo.
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"Na ronda do soldadinho", o menino que "não nasceu para fazer mal", José Mário Branco toca à guitarra os ventos de mudança do abril de 1974. "O menino cresceu e já foi à escola de sacola; um, e dois e três, já sabe ler, já sabe contar."
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"Compositor de música popular e artista de variedades", numa versão resumida do próprio a um programa da RTP, em 2018, José Mário Branco evidencia estas caraterísticas em algumas músicas como "Qual é a tua, ó meu".
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"Eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei para cá chegar". O refrão dificilmente sai da cabeça a quem o ouviu pelo menos uma vez. "Eu vim de longe, eu vou para longe", é outros dos sucessos incontornáveis de Zé Mário Branco.
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