Um número redondo de álbuns merecia uma digressão recheada de concertos. Por isso, Djavan arrancou este ano da sua terra natal, Maceió, para uma tour que durará mais de um ano. Hoje, estará em Portugal para dar início ao giro europeu. Esta quarta e sexta-feira há espetáculo dedicado ao novo disco, "D", no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. No sábado será a vez do Porto, no Pavilhão Rosa Mota.
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O cantor brasileiro esteve à conversa com o "Jornal de Notícias" e falou do desafio de regresso no pós-pandemia e da nova forma de trabalhar com a Internet.
Como é voltar aos palco depois de três anos parado?
Começámos em Maceió, o que é sempre especial e deu uma força extra para arrancar com este ano preenchido. Mas no geral tem sido o que é sempre: uma turné nunca é fácil. Há muita gente, muitas viagens, muitas cidades, muita preparação. Mas não me posso queixar, porque é muito gratificante fazer o que se gosta e, ainda para mais, ter uma reação maravilhosa do público.
O público está diferente depois da pandemia?
As pessoas estão mais ávidas. Toda a gente está com muita sede de música e todos estavam muito ansiosos para me ouvir. Tem sido incrível. Os espetáculos têm sido especiais por isso, porque se nota um carinho maior do público, agora.
E como tem sido a reação ao novo álbum?
Tem sido muito lindo. Mais do que esperava, porque a participação do público tem sido cada vez maior. A Internet tem movimentado muito as pessoas e tenho sentido que esta turné tem tido uma energia diferenciada das anteriores - pela positiva.
Fazer música agora, na era da tecnologia e há 30 anos é diferente?
A internet mudou o Mundo e a vida. Para a música não foi diferente. A música tem beneficiado muito com a Internet. Trabalhamos o triplo do que fazíamos antes, é verdade, mas é uma ferramenta espetacular. Estou muito dentro disso. Até porque me permite ter uma ligação maior com o público.
Há muitas diferenças entre o público brasileiro e o português?
Acho muito parecidos os dois públicos. A recetividade que sempre tive aqui é muito parecida com a do Brasil. Já cá estive várias vezes e em todas recordo-me de pessoas recetivas. E há sempre público brasileiro onde quer que vá. Algo incrível do brasileiro é que está em todo o lado. Em qualquer cidade que toque, há um brasileiro, e isso torna a nossa presença ainda mais energética. E especial.
A idade e a experiência fazem-no querer concentrar-se num só género?
Sempre tive diversidade na minha vida inteira. E não era agora que iria mudar. Além disso, sou curioso por natureza. Sou que nem uma criança. A novidade encanta-me, instiga-me, impulsiona-me. Por isso acho que a curiosidade vai permanecer independentemente da minha idade. E cada vez que penso neste assunto só tenho mais vontade de aprender novos géneros e incorporá-los no meu trabalho.