Casa da Música já acolheu 3,8 milhões de espectadores e seis mil concertos. Festa celebra-se em abril e inclui Claire Huangci, Tigerman, Camané, Richard Galliano, Tiago Nacarato, Cainã Cavalcante, Warhaus, Julius Drake, Manel Cruz, Iestyn Davies, Camila Mandillo e muitos mais. Passem a notícia: o Clubbing vai voltar.
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A Casa da Música festeja 20 anos a 15 de abril, dia da sua inauguração oficial em 2005, e durante todo o mês concentra projetos que pretendem espelhar a sua “tradição e modernidade”.
O novo diretor artístico, o francês François Bou, lançou o programa de comemorações, juntamente com a presidente do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música, Isabel Furtado, desfiando os números de duas décadas: seis mil concertos, 3,8 milhões de espectadores, 26 mil atividades culturais, mais de mil grupos comunitários e 150 escolas por ano.
Em 20 anos foram feitas 35 mil visitas guiadas para 570 mil visitantes. Na criação artística, destacam-se 300 encomendas de obras, 300 estreias mundiais e 700 nacionais. As digressões internacionais da Casa passaram por 19 países, com 190 concertos; por cá houve 190 concertos e 130 atividades em 37 cidades.
Janácek, Camané, Laginha
O cartaz de aniversário far-se-á com “uma oferta musical excecional" e "que incluirá todos os estilos de música”, sublinhou Isabel Furtado.
O mês começa com The Legendary Tigerman, no dia 1, seguindo-se, dia 2, Richard Galliano e o New York Tango Trio.
A nova edição dos grandes concertos de Tchaikovsky é um dos destaques de François Bou: dia 4, a virtuosa pianista americana Claire Huangci interpreta o “Concerto para piano e orquestra n.º 2”, secundada pela Orquestra Sinfónica do Porto, sob direção de Martin André. O programa completa-se com a “Sinfonia n.º 4”, de Luís de Freitas Branco, “obra-prima da maturidade do compositor português”, destacou François Bou.
Já no dia 6, a Casa homenageia o legado de Fernando Lopes-Graça e a importância das “Canções heroicas” no contexto dos 80 anos do Movimento de Unidade Democrática. O dia abre com Rui Vieira Nery, seguindo-se o concerto que junta o Coral de Letras da Universidade do Porto aos convidados Manel Cruz e Sara Barros Leitão, sob direção de Pedro Guedes Marques. À noite chegam sonoridades lusófonas: “Beira mar”, de Tiago Nacarato e Cainã Cavalcante.
No dia 8, há recital dos vencedores do Prémio Jovens Músicos e no dia 9 Camané canta com Mário Laginha ao piano. No dia 12, em plena Páscoa, a Orquestra Sinfónica e Coro Casa da Música, mais o Ensemble Vocal Pro Música e o Coro de Câmara Ivan Filipovi interpretam a imponente “Missa glagolítica”, de Leos Janácek, “homem que odiava as igrejas, lugares de mortos e ossos, mas preferia celebrar o criador ao ar livre”, sob a direção musical de Stefan Blunier.
“Stabat mater” barroco
No dia 15, a Orquestra Barroca executa um dos mais comoventes programas sacros da história da música: “Stabat Mater”, de Pergolesi, na versão reimaginada por Bach. Com o contratenor Iestyn Davies e a soprano Camila Mandillo, o concerto destacará ainda peças de Carlos Seixas e de Vivaldi, numa viagem que abordará o esplendor do Barroco europeu.
O programa de festas incluirá ainda, entre outros concertos, atuações da Orquestra Jazz de Matosinhos com Ana Lua Caiano, da artista Afrodite Patoulidou com o pianista Julius Drake, e do projeto Warhaus.
Clubbing regressa e é gratuito
“É um referente da história da Casa e acho que temos de revisitá-lo”, disse o diretor artístico François Bou sobre o Clubbing, programa mensal que durante oito anos foi um estandarte da música “indie” e eletrónica - mas que depois desapareceu de cartaz.
O Clubbing poderá voltar a ser um minifestival regular, ainda que o seu regresso possa ocorrer “de forma diferente” e "com uma programação mais transversal, com os outros agrupamentos", apontou Bou.
No dia 30 de abril, o Clubbing voltará mesmo: das 21 às 4 horas, dispara em várias direções, ocupando diversos recantos da Casa.
JP Simões na Sala Suggia, DJ Alice a animar o Bar 1 e 2, Ece Canli a explorar a experimentação na ala da Cibermúsica e Akila no palco da Sala 2, isto enquanto o coletivo Digitópia ocupa a Sala Laranja com explorações digitais.
Entre o cartaz especial deste Clubbing de 20 anos - que é totalmente gratuito -, haverá ainda: Warhaus, Daniel Wang, Solar Corona Elektrische Maschine, Desengaiola, Conferência Inferno e Gusta-Vo.