Sala portuense vai estar em festa ao longo do fim de semana. Programa comemorativo atravessa todas as faixas etárias.
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O fim de semana é de festa no Coliseu do Porto, a emblemática sala de espetáculos que hoje e amanhã assinala o 80.o aniversário com um programa tão extenso quanto variado.
Um princípio comum atravessa todas as iniciativas previstas: ninguém é deixado de fora. Da infância ao público sénior, "fizemos um esforço para que todas as faixas etárias se sentissem representadas em atividades que, por essa razão, apontam em várias direções", enfatiza a presidente da Direção do Coliseu do Porto, Mónica Guerreiro.
A maratona comemorativa inicia-se logo às 10 horas, com "Capuchinho". O encenador Paulo Lage e a coreógrafa Elsa Madeira revisitam o clássico absoluto de Perrault com algumas nuances que fazem com que o temível lobo, afinal, não seja assim tão mau.
Ainda para o público jovem, mas direcionado para a faixa dos oito aos 14 anos, merece realce a peça "Manda os teus pais passear", a ser apresentada hoje ao fim da tarde. Gonçalo Amorim e o Teatro Experimental do Porto expõem um mundo segundo o olhar ora insatisfeito ora rebelde dos adolescentes.
Já no domingo, depois de uma manhã animada em que se destaca mais um Concerto Promenade 2.0, impõe-se conhecer o novo espaço do Coliseu. O outrora Salão Azul foi rebatizado de Lounge Ageas e, de acordo com Mónica Guerreiro, "passa a ser mais um espaço que o Coliseu oferece ao Porto para a realização e acolhimento de eventos".
Ponto alto das comemorações em termos musicais, o Concerto n.o 1 para piano de Tchaikovsky proporciona o reencontro dos melómanos com a Orquestra Filarmónica Portuguesa e, sobretudo, a oportunidade de escutarmos Quanlin Wang. A virtuosa pianista chinesa, vencedora do Concurso Internacional de Música Santa Cecília, interpreta uma obra na qual só os mais audaciosos solistas ousam aventurar-se.
Nesta torrente de eventos não falta sequer o habitual "parabéns a você", amanhã à noite, a anteceder mais uma apresentação do circo de Natal do Coliseu do Porto.
obras sem calendário
Se pudesse escolher uma prenda para a instituição que dirige desde março de 2020, Mónica Guerreiro nem hesitaria: o início das obras de requalificação. Os sucessivos avanços e recuos não perturbam o otimismo da presidente, que acredita que o processo se tornou irreversível em abril, quando foi assumido o compromisso de que as obras iriam arrancar até ao segundo semestre de 2023. Todavia, a garantia não a sossega por inteiro: "Falta definir o calendário das obras. O Coliseu precisa de estabilizar, quanto mais não seja para saber a partir de que altura vai ter o seu funcionamento comprometido".