O novo disco da banda, "caos", é lançado esta sexta-feira e apresentado no M.ou.co, no Porto.
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Depois de um hiato forçado pela pandemia, foi com naturalidade que Paus, mais concretamente Hélio Morais, Fábio Jevelim, Makoto Yagyu e Quim Albergaria, se juntaram e criaram o “caos”, que tanto é o nome do novo álbum como um adjetivo para o mesmo. O longa duração chega esta sexta-feira às plataformas de streaming e é apresentado ao vivo no M.ou.Co, no Porto. Passa ainda por Lisboa no dia 3 de outubro, no Maria Matos.
Nas últimas semanas, o véu desta nova fase de Paus foi levemente levantado com a partilha de dois singles. “Da Boca do Lobo” causou alguma estranheza, admite Quim Albergaria em conversa com o "Jornal de Notícias". “Esta faixa vem romper o silêncio da banda e, como é um objeto estranho face àquilo que tínhamos feito até agora, acho que apanhou a maior parte das pessoas desprevenidas.” Com melhores resultado tem estado – veja-se pela quantidade de ouvintes nas plataformas - “Calma”, o outro single, que, por ser o segundo lançado, “não caiu como uma pedra num charco”, sendo também “um tema mais eficaz e cativante”. Mas, admite Quim, “o bom das reações é exatamente a estranheza”. Não há caos sem ela.
As sonoridades vindas do Norte de África e a maior utilização de elementos eletrónicos e programados são as grandes novidades do álbum. E com a nova criação e a nova fase da banda chegou também nova companhia. Em “Paus e o caos”, o grupo contou com Iúri Oliveira nas percussões, João Cabrita nos sopros e Thomas Attar na guitarra e no saz.
A banda conta que, após a paragem forçada devido à pandemia, e o retorno ainda com o anterior álbum em palco, foi necessário espaço para criar algo novo. Mas ao criar, foi unanime entre os elementos que teria de ser algo diferente. “Bora ser mais, ser outra coisa. Um som que não dê para circunscrever nem controlar. Bora a sítios onde nunca estivemos.” Foi com esta ideia que a banda se juntou. E até o método de criação foi inovador para Paus. “Pela primeira vez chegamos todos a estúdio com algo já pensado ou estudado para mostrar aos outros, o que nunca tinha acontecido”, conta Quim.
O baterista revela ainda sentir que a banda está num momento em que lhe é permitido experimentar e mudar. “Com estes discos e anos todos, Paus não tem nada a provar a ninguém, o que temos que fazer com este grupo, e cada vez mais fazemo-lo para nós, é que seja um território de excitação, diversão, procura e emoção.”