Os números do Rock in Rio Lisboa: cabos elétricos do tamanho de duas pontes, palcos que pesam dois aviões
A 22 dias do início do Rock in Rio Lisboa, o Parque da Bela Vista já apresenta algumas estruturas montadas. Conheça os números do festival.
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Os praticantes de jogging ou de skate que elegem o Parque da Bela Vista para a atividade física já se cruzam, por estes dias, com muitas estruturas do Rock in Rio Lisboa totalmente montadas. O evento, que ocorre naquele espaço verde a 18 e 19 e a 25 e 26 de junho, já exibe o Palco Mundo, a área VIP, parte da cenografia da Rock Street ou o Chef"s Garden.
A 22 dias do início do espetáculo, os números da megaestrutrura impressionam: o comprimento dos cabos elétricos é equivalente ao de duas pontes Vasco da Gama, o consumo de energia (10.000 KVA) dá para alimentar 3 mil casas durante um mês, o peso total de todos os palcos juntos é equivalente ao de dois aviões Airbus A320 e a altura dos palcos juntos equivale a um prédio de 24 andares.
Todos os olhos vão dar ao Palco Mundo e à maior clareira do festival. Imponente com as chapas brancas onduladas, para aumentar a qualidade de som e beneficiar a iluminação, a estrutura é a joia da coroa da organização.
"O Roberto Medina [que idealizou o festival nos anos 1980] sempre quis uma coisa diferente, pelo que usámos estruturas grandes e volumosas. A forma como o público se comporta perante isso é completamente diferente", conta Ricardo Acto. Para o responsável pelas montagens, operação e produção do Rock in Rio Lisboa, "a quantidade de som e imagem ali não tem igual no Mundo". "Batemos recordes, nomeadamente em termos de som. Do ponto de vista técnico permitimos que qualquer banda traga o que quiser, o que não é comum."
Há quatro anos, Bruno Mars fez 23 espetáculos na Europa e só mostrou no Twitter o Rock in Rio Lisboa, acompanhado da expressão "uau, parece um milhão, que visão fantástica". Ricardo Acto justifica: "Houve uma conceção do Palco Mundo em 2008 no sentido de recriar as ondas, em prol do impacto sonoro, e foi tão elogiado a nível internacional que já foi andando: fez Lisboa, Madrid, Las Vegas e aqui está ele de novo". Quando for criada uma nova estrutura (já lá vamos), as peças do Palco Mundo vão ser transformadas em arte. "Poucas estruturas têm aquela história e o Palco Mundo foi criado e desenvolvido em Portugal. Este ano, por acaso, o Brasil vai ter um palco novo porque é impossível enviar este para lá", conclui Ricardo Acto.
A equipa sexagenária de Sintra
Com o peso total de 80 mil pacotes de arroz, segundo a organização, o Palco Mundo tem uma capacidade de cobrir dois camiões suspensos. Uma megaestrutura que põe mais de uma centena de profissionais em ação. Andreia Peres, da equipa de montagens, engenharia e cenografia, revela que a estrutura, nas quais se destacam as chapas brancas, é montada por três pessoas. "Têm 60 anos, são de Sintra e já é a 12.ª vez que montam este palco. Montam, também, no Brasil. A parte da estrutura já leva talvez dez pessoas, o número pode oscilar".
Para o palco ficar concluído foram precisos dois meses.
"No dia 15 [de junho] temos de ter isto pronto, por isso trabalhámos com mais folga, para poder ter uma margem de atraso".
Certo é que, para já, não se mexe na estrutura. "O Roberto [Medina] diz que, para mexer, tem de ser uma grande intervenção. Não fizemos alterações e para as realizarmos teriam de ter um impacto muito grande. No Brasil já vamos mudar", refere Andreia.
A responsável mostra-se rendida à configuração da estrutura, o que parece seduzir, também, os espectadores do festival. "A forma dele, concava... É muito harmonioso, impactante e aquela cor branca... Já teve uma chapa metalizada, agora é branco e parece que duplicou o tamanho. Todas as pessoas acham que parece maior."