Lançado pelo coletivo artístivo MSCHF, o objeto é inspirado num modelo da Louis Vuitton e foi vendido juntamente com um microscópio equipado com visor digital.
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É mais pequena do que um grão de sal. Uma mala microscópica criada pelo coletivo artístico MSCHF foi vendida, na quarta-feira, por mais de 58 mil euros num leilão online.
Inspirada no modelo "OnTheGo" da Louis Vuitton, a mala verde florescente é, como descrevem os criadores, "estreita o suficiente para passar pelo buraco de uma agulha", sendo que, sem um microscópio, o mais provavél é que nem seja notada.
Feito de resina, com recurso a uma técnica de impressão 3D, o objeto surge como uma crítica às malas de luxo. "Existem malas grandes, malas normais e malas pequenas, mas esta é a palavra final em miniaturização de malas", descreveu o grupo numa publicação no Instagram.
Em declarações ao "The New York Times", o diretor criativo do MSCHF, Kevin Wiesner, explicou que, apesar de considerar que as malas são objetos engraçados por derivarem de "algo rigorosamente funcional", atualmente tornaram-se "uma jóia".
Durante o processo de criação, a equipa perdeu algumas das pequenas malas, segundo relata a revista "Smithsonian". No entanto, o novo dono não terá de se preocupar já que a compra incluiu um microscópio equipado com visor digital.
Apesar de ter usado na obra o logótipo da marca francesa, o MSCHF não pediu autorização à Louis Vuitton para a sua utilização. "Nós somos adeptos da escola 'peça perdão, não permissão'", revelou Kevin Wiesner.
Fundado em 2019, com sede em Nova Iorque, o coletivo tem vindo a dar que falar com as suas peças, assentes em críticas ao consumismo. Em 2021, por exemplo, foi processado pela Nike pelo uso não oficial da marca na produção das "Sapatilhas Satânicas" - inspiradas no modelo 666.º da marca - com a sola vermelha e a inscrição "Luke 10:18", associada a um versículo do Evangelho de São Lucas que aborda a expulsão de Sanatás do céu.