Os Placebo voltaram, quinta-feira à noite, a mostrar em Vilar de Mouros o porquê de serem um grupo que há muito tem lugar na história da música. Numa primeira noite quente de verão, num festival bem mais velho (1971) que a própria banda (fundada em 1994), arrancaram as maiores demonstrações de devoção de uma multidão, que até dispersou findo o concerto, apesar de se lhe seguirem os também históricos Suede.
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O poder dos Placebo foi absoluto e o seu rock alternativo invadiu sem pedir licença o mais antigo festival da Península Ibérica, deixando mais uma marca entre os consagrados que fazem parte da sua já longa história. De início ao fim, milhares de pessoas [a caminho das 20 mil, segundo a organização] veneraram apinhadas e de braços no ar a banda de Brian Molko e Stefan Olsdal, enquanto esta desfilava os seus trabalhos icónicos e de devoção do rock alternativo, hedonista e lascivo.
Era um dos momentos mais aguardados da edição e cumpriu-se, culminando com uma imensa nuvem de pó arrancado do chão pela mole humana. Ficaram clareiras entre o público para o concerto seguinte.
Uns enérgicos Suede que se atiraram a palco como se fosse o último concerto das suas vidas. Principalmente o vocalista Brett Anderson, que não parou um minuto e foi em crescendo no entusiasmo até ao derradeiro acorde, que fechou o primeiro dos três dias da edição 2022 de Vilar de Mouros.
Aqueceram ainda o dia 1, os históricos Battles, de Ian e John Stanier, com a sua sonoridade demolidora do rock tradicional, e Gary Numan, que se apresentou com o novo álbum Intruder (2021), que versa sobre os efeitos da destruição humana e das mudanças climáticas, na perspetiva do próprio planeta Terra. O primeiro dos primeiros concertos levou a Vilar de Mouros temperaturas algarvias pela mão do jovem projeto The Black Teddys.
Neste segundo dia, todos os olhos (e ouvidos) estão postos nos Simple Minds. A banda de Jim Kerr (vocalista e fundador) marcou uma geração (ou mais), sobretudo a de 80, com a sua música empolgante e quase explosiva, que promete hoje arrebatar o público de Vilar de Mouros, que se tem mostrado muito predisposto à dança e a soltar amarras após dois anos castradores por confinamentos e pandemias. Alinhados para a noite de hoje estão os caminhenses Non Talkers (19.15 horas), Clawfinger (20.30 horas), Black Rebel Motorcycle Club (22.00 horas), Simple Minds (23.30 horas) e Tara Perdida "01.30 horas).