Estreia, esta sexta-feira, a segunda série original portuguesa para a Netflix. "Rabo de Peixe". Cerca de ano e meio após "Glória", "Rabo de Peixe" com José Condessa, Helena Caldeira, Rodrigo Tomás, André Leitão e Kelly Bailey nos papéis principais é diferente, apresentando-se como um thriller com um toque de humor sarcástico.
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A história de um traficante italiano, cujo naufrágio do seu navio fez dar à costa de São Miguel meia tonelada de cocaína, em 2001, inspira a história da série portuguesa "Rabo de Peixe", já disponível na plataforma de streaming Netflix. Eduardo protagonizado pelo ator José Condessa, é o jovem pescador da vila piscatória que lhe dá o nome e que vê a vida mudar com a droga.
Apenas 400 quilos foram recuperados pelas autoridades, desconhecendo-se até hoje onde foi parar a restante cocaína. Na altura, os factos viram-se desenvolvidos em notícias, peças televisivas e documentários em Portugal e no estrangeiro. Agora chegam à ficção.
"Rabo de Peixe" saltou das ideias do realizador Augusto Fraga, que se estreia no streaming, em plena pandemia, quando estava isolado com a família nos Açores, de onde é natural.
Para ele, foi fácil retratar a realidade e as pessoas da vila de Rabo de Peixe, que pertence ao concelho de Ribeira Grande, a cerca de 20 minutos de Vila Franca do Campo, onde cresceu, e onde estudou.
Na realização, a Augusto Fraga juntou-se Patrícia Sequeira e série ganhou forma produzida pela Ukbar Filmes, acabando como um dos dez projetos vencedores de um concurso de argumento promovido pela Netflix com o Instituto do Cinema e do Audiovisual.
Para José Condessa, este foi "um grande desafio, pois foram vários meses de ensaios e rodagens". "Sendo protagonista também exigiu mais de mim e ter de estar presente todos os dias".
O projeto abriu "um universo totalmente novo, não só da Netflix, mas também por conhecer a própria realidade de São Miguel e de Rabo de Peixe, as pessoas, as tradições... Fiz amizades incríveis! E ter a oportunidade de fazer uma personagem tão rica como o Eduardo, com tantas nuances, dilemas e sonhos, é quase um bombom", acrescentou o intérprete, em conversa com o JN.
"Por opção", Condessa não tem, nem tentou adotar o sotaque açoriano para interpretar o papel, se bem que tenha adquirido algumas expressões ao conviver com a população local. Mas, "acima de tudo, com muito respeito por todos, decidimos seguir o coração", esclareceu.
Além disso, como já sublinhou Augusto Fraga, "a série não pretende representar uma realidade da comunidade de Rabo de Peixe", mesmo que a maioria dos atores represente habitantes da vila. Entre os "forasteiros", Maria João Bastos faz de uma inspetora da PJ do continente e Salvador Martinha seja o inspetor Francisco do Faial.
O elenco deste thriller com um toque de humor sarcástico conta ainda com as prestações de Helena Caldeira (Sílvia), Rodrigo Tomás (Rafael), André Leitão (Carlinhos), Pêpê Rapazote (Tio Joe) e Albano Jerónimo (Arruda), entre outros.
Esta é a segunda série original portuguesa a chegar à onda da Netflix, para levar o talento e história lusas pelo mundo. Após ver, em antestreia, o primeiro episódio, à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe manifestou-se "tranquilo" com a promoção, considerando que o projeto transmite uma "mensagem forte para que os jovens" se "desviem do caminho mais fácil" da droga.