No papel de Sílvia, a atriz contribui para o sucesso internacional de série portuguesa na Netflix. Aos 27 anos, conquistou o papel que vê como o passaporte para o Mundo.
Corpo do artigo
No papel de Sílvia, na série portuguesa da Netflix "Rabo de Peixe", Helena Caldeira já conquistou o público, com uma interpretação intensa e que envolve quem a rodeia e quem a vê. A atriz, de 27 anos, ganhou a oportunidade de a representar num papel que "foi conquistado".
"Houve muito trabalho para a ter nas mãos: formação, leitura, investigação, castings", como sublinha, antes de ter, nas mãos, "um bombom, mas daqueles com licor por dentro, de tanto que tinha esta Sílvia".
A cena que mais gostou de fazer "foi a dança com os headphones no videoclube, no primeiro episódio". "Tive várias difíceis, mas talvez a do último episódio, em que, na casa do pai, junto da madrasta, ela descobre algo que vai mudar a sua vida. Foi um momento em que a realidade e a ficção se misturaram para mim", acrescenta a protagonista.
Na ficção, a cocaína foi substituída por vários produtos inofensivos, como vitamina B12, soro fisiológico em pó, entre outros. "Usava quase sempre o soro, mas, sempre que podia, evitava snifar" conta.
Tal como a maioria dos atores, apesar de vestirem personagens açorianas, falam sem sotaque, um detalhe que "não passou" por eles, mas o seu uso, segundo a atriz, "não esteve sempre fora de questão". "Chegámos a trabalhar o sotaque numa fase inicial e serviu para mandar alguns regionalismos que ajudaram a construir as personagens", recorda.
Estreada a 26 de maio, "Rabo de Peixe" depressa chegou ao top da plataforma de streaming, sendo, esta semana, a sétima série mais popular em língua portuguesa. A atriz não estava à espera: "Achei que podia ter sucesso, sim, mas não que fosse chegar ao top 10 da Netflix, nem que as pessoas se agarrassem tanto à série. Habituei-me a que o audiovisual em Portugal não seja tópico de conversa entre os portugueses".
Atualmente, mesmo com um visual diferente, sem o cabelo rosa da ficção, Helena Caldeira diz que as pessoas a reconhecem "entusiasmadas". "Dão-me os parabéns sobre a série e sobre o meu trabalho. Fico sempre contente. Sabe bem ver reconhecido o nosso trabalho, mesmo sabendo que é impossível agradar a toda a gente", confessa.
Missão cumprida e bem recebida, a jovem vê a Netflix como um passaporte para outros voos, pois "é uma plataforma internacional de relativamente fácil acesso". "Cresceram as possibilidades de pessoas noutras partes do Mundo verem o meu trabalho", sublinha. Helena reconhece que "é bom acreditar que isto é o início de algo maior, que coisas boas e grandes vão acontecer, mas também é bom manter os pés na terra e saber que agora é o momento de arregaçar as mangas e trabalhar, porque nada está garantido".
Atrás do sonho da representação, Helena Caldeira trocou o Alentejo, onde nasceu e cresceu, por Lisboa, sempre com uma grande família presente. Atualmente, Helena pode ser vista em palco com o espetáculo "Wild flowers" de Rui Neto, na Malaposta, em junho, e no CAL, em agosto. "Depois vou começar ensaios do próximo projeto da companhia da qual sou cocriadora, "Bestiário", sobre a comunidade cigana, com a coprodução do Teatro Nacional D. Maria II, e vamos andar pelo país com ele", partilha.