André e.Teodósio leva à cena nesta sexta-feira em Montemor-o-Velho uma homenagem coreográfica e cénica à poesia tradicional japonesa.
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“Haiku” define-se como uma poesia japonesa feita em poucas palavras. A que Sónia Baptista criou em 2002, naquela que foi a sua primeira criação artística, e que André e.Teodósio recria agora, 21 anos depois, no palco do Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho, incluído no Festival Citemor.
Sónia Baptista definiu os seus “Haikus” como “balões blindados, que lhe tomam a cabeça de assalto e depois não há maneira de lhes arredar pé”. Foi com este mote que, em 2017, o ator André e.Teodósio pegou no espetáculo de Sónia Baptista e o devolveu ao palco, através do Teatro Praga. Seis anos depois, volta a mostrá-lo ao público, a convite da autora original e do festival de Montemor-o-Velho.
Segundo André e.Teodósio, o intuito de recriar o espetáculo “era pegar nas suas 'favourite things', apropriando-se delas, desierarquizando processos constitutivos de história, fazendo justiça a processos artísticos e cognitivos que foram fundamentais tanto para a história das artes performativas como numa escala afetiva pessoal”.
Para a produção do festival, a recriação de “Haikus” pretende ser uma homenagem a Sónia Baptista, recordando a sua primeira obra, um dia antes da ante-estreia do seu novo espetáculo, “Sweat, Sweat, Sweat (um conjunto de pequenos afrontamentos)”, na Fábrica de Mármores de Montemor-o-Velho. “A anteceder a ante-estreia desta obra, e
neste contexto celebratório em diálogo com a artista, convocamos para o programa um
reenactment de André e. Teodósio, que recriou a peça de Sónia Baptista para o ciclo de
performances 'Acreção', organizado pelo Teatro Praga em 2017”, recorda uma nota do Festival. A produção completa ainda que a peça “vem rebater a ideia de que as artes performativas desaparecem. Elas ficam, ainda que talvez não da forma que se possa pensar, desdobrando-se como um enorme lençol”.
“Haikus” é uma produção do Teatro Praga, com o desenho de luz da autoria de André e.Teodósio e Filipe Pureza. Tem a duração de 50 minutos.
Haikus
4 de agosto
22.30
Teatro Esther de Carvalho, Montemor-o-Velho