Visão imaginária da morte do filho de Shakespeare, vítima da peste negra, ganhou galardão do Círculo de Críticos literários americano.
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"Hamnet" narra uma história num tempo de pandemia, semelhante ao que atualmente o Mundo vive, e explora o impacto da doença e morte do filho de Shakespeare na família do dramaturgo inglês. A criança era o único filho de William Shakespeare (1564-1616) e os estudiosos há muito especulam sobre a sua influência - se houver alguma - na peça "Hamlet", na qual Shakespeare trabalhou nos anos que se seguiram à morte do filho Hamnet.
O livro "Island on fire: The revolt that ended slavery in the British Empire" ("Ilha em chamas: A revolta que acabou com a escravidão no Império Britânico", em tradução livre), de Tom Zoellner, venceu na categoria de não-ficção, e "Stranger in the Shogun's City: A Japanese woman and her world" ("Estranha numa cidade de Shoguns: Uma mulher japonesa e o seu mundo", tradução livre), de Amy Stanley, venceu na categoria de biografia.
O prémio de autobiografia foi para a escritora americana Cathy Park Hong, de 44 anos, por "Minor feelings: An Asian American reckoning" ("Sentimentos Menores: Um processo asiático-americano", tradução livre).
Os outros vencedores anunciados durante a cerimónia virtual realizada na quinta-feira à noite foram Francine J. Harris com "Here Is the sweet hand", em poesia, e Nicole Fleetwood com "Marking time: Art in the age of mass encarceration", na categoria de crítica. Raven Leilani recebeu o Prémio John Leonard de melhor primeiro livro pelo seu romance "Lustre".
Os prémios de carreira foram entregues à escritora da revista "New Republic", Jo Livingstone, por "excelência em revisão", e à editora Feminist Press, pela sua longa história na defesa da igualdade das mulheres, publicando autores que vão de Grace Paley a Anita Hill e Pussy Riot.
Os prémios são atribuídos pelo Círculo de Críticos de Livros, fundado em 1974 e que conta com centenas de membros em todo o país.
Os prémios deste ano são os primeiros desde a saída de vários membros do conselho do círculo no verão passado, após um debate sobre a resposta da organização ao assassinato de George Floyd e aos protestos Black Lives Matters.
A atual liderança trouxe novos membros e convenceu alguns que tinham saído a regressar, resultando, de acordo com o círculo de críticos, no "conselho mais diverso da história do círculo e um dos mais experientes".