A secretária e a máquina de escrever que Fernando Pessoa utilizou no seu local de trabalho foram vendidas num leilão, em Lisboa, por um valor global de 94751 mil euros.
Corpo do artigo
O leilão realizou-se na terça-feira à noite, organizado pela World Legend-Leiria & Nascimento, e "teve muita participação", indicou Clara Ferreira Alves, responsável da leiloeira.
A secretária de Fernando Pessoa obteve um valor final de 68.701 mil euros e a máquina de escrever foi vendida por 26.059 euros, segundo a mesma fonte.
Foi José Paulo Cavalcanti Filho, autor de "Fernando Pessoa - Uma quase autobiografia", que comprou as duas emblemáticas peças utilizadas por Fernando Pessoa quando trabalhou na Sociedade Portuguesa de Explosivos, situada no Largo do Corpo Santo, n.º28, na esquina com a Rua do Arsenal, em Lisboa, mas que não faziam parte do seu espólio.
"Havia muita gente a licitar na sala, e mesmo por telefone - indicou a responsável da leiloeira -, mas foram desistindo e, no fim, ficaram apenas um casal do norte e o biógrafo de Fernando Pessoa", acabando Cavalcanti Filho por adquirir as duas peças.
O valor de licitação da secretária em mogno, com tampo de esteira, quatro gavetas de cada um dos lados, o interior forrado a pele verde e com diversos compartimentos, oscilava entre os 10 mil e os 20 mil euros, enquanto o da máquina de escrever, da marca Royal, estava entre os três mil e os cinco mil.
O livro "Fernando Pessoa - Uma quase autobiografia", do autor brasileiro José Paulo Cavalcanti Filho, foi lançado em abril, em Portugal, pela Porto Editora.
O autor, ex-ministro da Justiça do Brasil e atual consultor da UNESCO, recebeu nesse mês o Prémio da Bienal do Livro de Brasília na categoria de biografia.
Na altura, em declarações à agência Lusa, sobre o prémio, disse: "Vejo um prémio destes como Pessoa via o mito. É 'o nada que é tudo'".