Sexta edição do Porto Pianofest traz concertos de mestres e jovens promessas ao Porto, Gaia e Famalicão.
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"Reforçar o Porto como destino cultural de excelência, democratizar o acesso à música erudita e servir de recurso à comunidade musical, contribuindo para estancar a fuga de cérebros do país." É esta a missão do Porto Pianofest segundo o fundador e diretor, o pianista Nuno Marques. Na sexta edição, o certame, coproduzido pela Câmara Municipal do Porto, apresenta 12 concertos grátis ou a preço simbólico em salas do Porto, Gaia e Famalicão, entre hoje e 8 de agosto.
Será o regresso dos espetáculos presenciais, depois de um ano em que a pandemia remeteu as atuações para formatos de live streaming. A componente virtual mantém-se nesta edição, com todos os concertos a serem reproduzidos online na página do evento. Que será dividido em duas partes, "uma visível e outra invisível", explica o diretor.
Diante dos olhos de todos desfilarão alguns dos pianistas proeminentes da atualidade, como o russo-americano Alexander Kobrin, que dará hoje o tiro de partida na Casa da Música, no Porto. Nascido em 1980, Kobrin tem acumulado vitórias em concursos internacionais, como o Van Cliburn, nos EUA; Busoni, em Itália; e Hamamatsu, no Japão. O seu programa incluirá obras de Chopin e Beethoven, além da suite de Mussorgsky "Quadros de uma exposição".
No dia seguinte, o Conservatório de Música do Porto acolhe a atuação de José Ramón Mendez, professor na Northwestern University, em Chicago. O espanhol fez o pleno das edições do Porto PianoFest, apresentando este ano um repertório marcado pela tradição romântica, com nomes como Lizt, Ravel ou César Franck.
Com proposta mais moderna surge a pianista americana Mariel Mayz, que tem concerto dia 3 na Reitoria da Universidade do Porto. Estrela em ascensão, Mayz irá percorrer composições de Clarice Assad, Egberto Gismonti, John Adams e Fazil Say, além de algumas peças de sua autoria. O concerto será acompanhado por projeções multimédia, que reagem às frequências da música, criadas pelo artista digital Taylor Baldwin.
O ciclo de "Mestres de Piano" completa-se no espetáculo de encerramento, dia 8, no Palácio da Bolsa, com a atuação de Nuno Marques, pianista radicado em Nova Iorque que fez a sua formação musical entre Portugal, Inglaterra e EUA. O diretor do festival e responsável pela direção musical da companhia Stars of American Ballet, executará a "Partita n.º 6" de Bach, e a "Sonata para piano" de Lizt.
O festival invisível
Novidade na edição 2021 será o segmento "Artistas em Residência", que resulta de uma seleção de jovens pianistas que irão viver a parte "invisível" do festival, frequentando masterclasses e as conferências de Bonnie Barrett, diretora da Yamaha Artist Services, em Nova Iorque, e de Oscar Colomina i Bosch, diretor da Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid. Os seis selecionados, oriundos dos EUA, Taiwan e Cazaquistão, estarão dez dias no Porto, "em modo de estudo e preparação", tornando visível a estada com concertos na Fundação Cupertino de Miranda, em Famalicão, dia 4, e no World of Wine, em Gaia, dias 5, 6 e 7.