Velório de Anita Guerreiro começa hoje na Basílica da Estrela. Funeral marcado para quarta-feira

Anita Guerreiro
Foto: Museu do Fado/Direitos Reservados
As cerimónias fúnebres da atriz e fadista Anita Guerreiro decorrem, esta terça-feira, entre as 18.30 horas e as 22 horas, na Basílica da Estrela, em Lisboa, e o funeral acontece na quarta-feira, disse hoje à Lusa fonte próxima da artista.
O funeral da criadora de "Cheira bem, Cheira a Lisboa" decorrerá na quarta-feira para o cemitério do Alto de S. João, também em Lisboa, e será precedido de uma missa de corpo presente, pelas 16:30, naquela Basílica, acrescentou a mesma fonte.
Anita Guerreiro, morreu no domingo, aos 89 anos, durante o sono, na Casa do Artista, onde residia e continuou a cantar desde 2018.
A fadista, que se tornou conhecida do público através do concurso radiofónico "Tribunal da Canção", deu voz a fados e marchas emblemáticos, como "Lição de Amor", "O fumo do meu cigarro" e "Cheira bem, cheira a Lisboa".
Bebiana Guerreiro Rocha nasceu em Lisboa, na freguesia dos Anjos, em 13 de novembro de 1936, e começou a cantar aos 7 anos entre familiares e amigos na coletividade Sport Clube do Intendente, no bairro onde nasceu.
Em dezembro de 1952, concorre ao "Tribunal da Canção", um passatempo radiofónico do programa "Comboio das Seis e Meia", na época um enorme sucesso.
O produtor do programa, Marques Vidal, surpreendido com a qualidade da sua prestação retirou-a do concurso e fê-la estrear-se no Café Luso com o nome artístico Anita Guerreiro.
O fado "Cheira a Lisboa", estreado em 1969 na revista "Peço a Palavra", no Teatro Variedades, foi um dos maiores sucessos da fadista nos tempos áureos do Parque Mayer, segundo especialistas do Teatro.
Afastada por uns tempos dos palcos, e tendo residido no estrangeiro onde continuou a cantar fado atuando na Europa, Estados Unidos e Canadá, Anita Guerreiro voltaria às tábuas e 1982, na revista "Há... mas são verdes", no Teatro Variedades.
Na televisão participou em algumas telenovelas e séries portuguesas, como "Primeiro Amor", (1995), "Roseira Brava" (1996), "Uma Casa em Fanicos" (1998), "A Loja do Camilo" (1999), "Nunca Digas Adeus" (2001), "Os Batanetes" (2004), e "Sentimentos", em 2009, com uma ingressão, pelo meio, no cinema, numa interpretação no filme "Morte macaca", de Jeanne Waltz.
Em 2004, por ocasião da comemoração dos seus 50 anos de carreira, a Câmara Municipal de Lisboa atribui-lhe a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro.
Pertenceu, até 2019, ao elenco da casa de fados "O Faia", no Bairro Alto.
"Calou-se a voz, mas fica para sempre o legado desta grande Senhora da cena artística portuguesa. Descanse em paz, querida Anita Guerreiro", escreveu a Casa do Artista na sua página oficial na rede social Facebook.
