Cinco bandas numa só noite: Super Bock Arena recebe GNR, Pluto, Clã, Zen e Três Tristes Tigres no dia 22.
Corpo do artigo
Rock à Moda do Porto é o novo festival de um só dia, com atuação consecutiva de cinco bandas históricas da Invicta, na Super Bock Arena. O programa inclui GNR, Clã, Três Tristes Tigres, Zen e Pluto; abre às 19.30 horas e fecha já perto da 1 hora da manhã.
Os três GNR, Rui Reininho, Tóli e Jorge Romão, que na quarta-feira efetuaram uma "visita técnica" ao local do espetáculo, não hesitaram em aceitar o convite para atuar no novo festival.
"É algo diferente e muito interessante ter bandas da zona Norte, do Porto, a atuar juntas, principalmente num evento dedicado à música portuguesa e ao rock", disse ao JN o vocalista Rui Reininho. O músico admite que os grandes festivais em Portugal não se direcionam para essa vertente, acabando por priorizar artistas estrangeiros, por isso saúda o novo festival.
"O conceito Rock à Moda do Porto é algo que se vivia e sentia na cidade sobretudo nas décadas de 80 e 90, quando por aqui surgiram grandes bandas de rock", em que Reininho recorda Ornatos Violeta, Clã ou Zen, que também fazem parte do cartaz.
Tóli vai mais longe e vê no festival "uma oportunidade para que o rock se volte a sentir como antigamente", acreditando que este novo evento se possa repetir em 2023 - "mas, evidentemente, com outras bandas".
Mudar e crescer
A celebrar agora 41 anos de carreira, os GNR admitem que, passado tanto tempo, a banda já não é a mesma; adaptou-se à realidade do presente. "Não nos agarramos nada ao passado, vamos sempre evoluindo", diz Reininho. Tóli acrescenta: "Eu já não toco os mesmos instrumentos, agora passo pela bateria, guitarra, teclas e acordeão".
Como tudo, também o público cresceu e as canções da banda de rock mais célebre do Porto continuam a passar de geração em geração - o mesmo se aplica ao cartaz do festival, que pretende juntar pais, filhos, netos e até bisnetos.
Com uma referência óbvia às tripas à moda do Porto, o responsável pela organização do evento, Marco Veloso, expõe as intenções: "O festival pretende reavivar na memória dos portuenses as grandes bandas de rock que foram e são ainda muito acarinhadas pela cidade que as viu nascer".
Muito Rock e que mais?
A organização considera ter obtido "um cartaz de luxo" e é "com grande orgulho" que o apresenta. Marco Veloso aposta em "casa cheia", considerando que "o Norte recebe muito bem os espetáculos, principalmente os que enaltecem a sua cultura e os seus costumes".
Para lá disso, os dois anos de confinamento sem concertos ao vivo, levaram a que o público esteja "mais ávido de espetáculos", admite Marco Veloso. Os bilhetes já estão à venda e os preços variam entre os 20 e os 35 euros, conforme a localização.
Está prometida "uma grande noite". Os Clã devem tocar temas do novo álbum, "Véspera", e os Três Tristes Tigres vão revisitar canções antigas como "O mundo a meus pés" e "À tona". Zen e Pluto farão também exercícios de memória: os primeiros revisitarão "The privilege of making the wrong choice"; e os segundos vão tocar temas do primeiro e único disco, "Bom dia" (2004).
Os GNR revelaram ao JN que não vão faltar os grandes êxitos, como "Dunas", "Efetivamente" ou "Pronúncia do Norte" - "e o resto decide-se em cima do palco", brinca Rui Reininho.
Com abertura de portas às 19 horas, o público poderá assistir a um concerto de cerca de uma hora de cada uma das bandas em cartaz.
Cartaz
Três Tristes Tigres: 19.30 horas
Clã: 20.45 horas
GNR: 22.15 horas
Zen: 23.45 horas
Pluto: 00.45 horas