Dois vinhos da casta alvarinho com exuberância e complexidade
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Decidi escolher dois vinhos feitos com a casta alvarinho. Desde a fermentação em barricas, curtimenta, estudo de uma grande diversidade de parcelas, até à influência dos diferentes solos no perfil do vinho, a casta alvarinho mostrou ser capaz de originar vinhos diferenciados sem nunca perderem caráter e identidade.
Apresento dois jovens produtores que fazem vinho na Região dos Vinhos Verdes. Para além de talentosos, creem que a sua região possui potencial para produzir vinhos de grande valor acrescentado.
O João Cabral de Almeida produz o seu "Camaleão Alvarinho" como regional do Minho. É um vinho cheio de exuberância e boa acidez. A fruta prolonga-se na boca e no final revela a casta. Casa tão bem com saladas, tártaros, ceviches, peixes marinados e alguns mariscos menos gordos, que nos apetece ir ficando por ali a deixar o dia correr.
O Miguel Queimado é um viticultor de Monção que acredita que o vinho se faz na vinha. E o seu alvarinho "Vale dos Ares Limited Edition 2015" é exemplo dessa dedicação. Fermentado em barricas, revela no aroma a complexidade destes vinhos, sem perder a personalidade do "terroir" Monção-Melgaço. Tem volume de boca com uma acidez franca e no final mostra um lado gastronómico próprio dos vinhos brancos Monção-Melgaço. O "Vale dos Ares" tem essa complexidade que harmoniza com queijos, assados de bacalhau e peixe e mesmo pratos de aves. Para dar as boas-vindas ao verão, que está quase à porta, começamos bem.
Todos os domingos, na edição impressa do JN, temos sugestões de vinho. Amanhã será a vez do produtor convidado Pedro Garcias.