Vitorino: "Nunca me passou pela cabeça que um dia viesse a ser cantor"
A celebrar 50 anos de carreira, Vitorino vai receber Medalha de Mérito Cultural durante um concerto na Casa da Música, no próximo domingo.
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Do tio herdou a alcunha de “Pára pouco”. É por esse nome que muitos ainda hoje conhecem Vitorino na pequena provocação alentejana do Redondo, à qual gosta de voltar amiúde. Uma referência à sua constante inquietude de então e que o artista, hoje com 82 anos, recorda com um pendor nostálgico. “O tempo é muito corrosivo. Já não engulo o mundo num tarde inteira, como dantes acontecia. Não tenho a energia de há 50 anos: agora é o mundo que me acalma”, confidencia.
Durante toda a sua vida, acabou por ser um fiel seguidor da máxima “não sei do que é que se trata, mas não concordo”, expressa por um familiar (“um filósofo-carpinteiro iconoclasta”, nas suas palavras) e que daria o título não só a um documentário de Jorge Paixão da Costa sobre o músico mas também ao seu mais recente álbum de originais.