Um charro numa mão, o equivalente insuflável na outra, deram o mote para a estreia em território nacional do rapper norte-americano Wiz Khalifa, que chegou ao Meo Sudoeste com a missão de ensinar a 41 mil festivaleiros o ABC da erva.
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Acompanhado em palco pelo DJ Bonics, Wiz Khalifa começou por brindar a multidão com "Most of us", do último disco, editado este ano, seguindo para temas como "Gang Bang" ou "More and More". A apologia da canábis, a sua legalização e fruição são os temas que atravessam todas as canções e todo o concerto, com o rapper a convidar a multidão a juntar-se a ele nesse constante exercício de degustação. E foram muitos os que entraram em comunhão com o Wiz Khalifa, construindo nuvens de fumo branco em frente ao palco ou exercitando o polegar e o indicador na arte de enrolar.
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"Young, wild and free" (no original com os contributos de peso de Snoop Dog e Bruno Mars) foi celebrada efusivamente, assim como "Black and yellow", com gente às cavalitas a agitar-se no ar, enquanto alguns cediam à pressão e aterravam em voo picado na erva fofa do recinto.
Wiz Khalifa, figura esguia, hiper-tatuada, camisa aberta a mostrar o peito, raramente deu descanso aos dedos. Para o público, lançou charros gigantes insufláveis enquanto debitava temas sugestivos como "Bake sale", "We Dem Boyz" ou "Roll up". Para a despedida, uma festiva nuvem de confettis e o ritmo meloso de "See you again".
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A noite fechou com Martin Garrix, que há dois anos atuou no dia de receção ao campista e agora encerra o palco principal com pompa e labaredas que quase chamuscavam o público das primeiras filas. O DJ holandês ganhou notoriedade com as suas remisturas de Dimitri Vegas, Like Mike e Sander van Doorn e, sobretudo, com o seu tema original "Animals", que atingiu dupla platina nos EUA e circulou pelas pistas de todo o globo.
Cavalgando nos terrenos do progressive house e do future bass, e com amplo recurso a samples, o som de Garrix parece uns degraus acima da insanidade bacoca dos DVBBS e dos Yellow Claw, que atuaram de véspera, mas o fiozinho de azeite continua a jorrar em abundância em largas secções dos temas que remisturou.