Plataforma disponibilizou jogo no qual instiga protagonistas masculinos a violarem e a serem "o maior pesadelo das mulheres" e título está disponível em Portugal por 11,79 euros, mas não em português. Chamado "No Mercy" (Sem Piedade) já foi removido no Canadá, Austrália e Reino Unido
Corpo do artigo
A plataforma online Steam apresentou um jogo no qual os protagonistas masculinos devem atacar, abusar e violar as mulheres "sem piedade" e nunca "aceitar um não com resposta". Com o nome "No Mercy", o jogo já foi removido em países como a Austrália, Canadá e Reino Unido após intensa contestação. Pelo que o JN verificou, a aplicação está disponível em Portugal, podendo ser adicionada ao carrinho de compras online por 11,79 euros, mas não em português.
Os autores descreveram este título como contendo violência, violação, incesto, chantagem e "sexo não consensual inevitável". Na quarta-feira, o Reino Unido removeu os acessos ao jogo, depois de a Austrália o ter "inclassificado". O Canadá removeu-o em 24 horas. Nos Estados Unidos da América, o Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE) já condenou o videojogo 'No Mercy' e recomenda a plataforma a removê-lo.
Lançado a 22 de março para Microsoft, Macintosh e Linux, pela Zerat Games, rapidamente gerou contestação, mas medidas só agora começaram a ter lugar contra um jogo que requer pagamento com cartão e que está disponível em plataformas onde adolescentes de 13 anos podem criar contas de jogo. Apesar de estar listado para mais de 18 anos, vários órgãos de comunicação social vincam a possibilidade de pessoas menores poderem ter-lhe acesso.
A secretária de estado do Ministério do Interior britânico, Yvette Cooper, vincou que “este tipo de material vil já é atualmente ilegal”. “Temos poderes mais fortes a serem introduzidos como parte da lei de segurança online para garantir que plataformas de todos os tipos atendam a determinados padrões”, sublinhou em entrevista ao site britânico LBC, apelando “a mais responsabilidade por parte das plataformas de jogos e redes sociais”.