Alisamento brasileiro, japonês ou orgânico: Hairstylist explica as diferenças e um mito

Especialista distingue tipos de alisamentos de cabelos e riscos de cada um deles
Foto: Freepik
Multiplicam-se as técnicas, os modeladores, os secadores de cabelo e, claro, os desejos por cabelos que respondam a tendências. "Hairstylist" Cláudio Pacheco distingue tipos de alisamentos, incompatibilidades e deita por terra uma tentativa que diz ser, sem rodeios, de "greenwashing".
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Alisamentos brasileiros, de queratina, de botox, japoneses e até orgânicos. As tipologias de tratamentos que se aplicam aos cabelos multiplicam-se à mesma velocidade que chegam novos modeladores e secadores ultratecnológicos para acompanhar as tendências.
O JN/Delas foi ouvir Cláudio Pacheco, hairstylist de celebridades como as atrizes Daniela Melchior e Helena Isabel, colorista e embaixador da L'Oréal, para esclarecer dúvidas, falar do que pode e não deve ser feito e deitar por terra os mitos que subsistem nestes tipos de tratamentos capilares.
O especialista refere que o alisamento brasileiro acomoda múltiplos nomes como o de "queratina ou botox" e explica que este modelo, quando adotado, "necessita sempre de uma fonte de calor para alisar". "Mesmo em casa, a cliente tem de utilizar o secador para ativar o tratamento", explica. O hairstylist vinca que este procedimento "é muitas vezes vendido como um tipo de alisamento que dá para fazer com cor ou com descoloração", mas pode não ser bem assim. "Vou ser muito sincero: com cor, sim, mas com descoloração é quase impossível porque atua sobre estruturas internas dos fios muito parecidas, o que vai levar a um cabelo danificado ou muito mais sensibilizado", avisa.
No alisamento japonês, sob ação do ácido tioglicolato, o procedimento vai "atuar quase de forma definitiva e alterar a estrutura interna do cabelo". Cláudio Pacheco fala de um tratamento que pode ser aplicado em cabelos naturais, mas apresenta "ainda mais limitações" do que o brasileiro: "Não se pode fazer descoloração, e mesmo a coloração tem de ser muito limitada", detalha.
Hairstylist Cláudio Pacheco Foto: Instagram
Este procedimento, tão em voga na primeira década do novo milénio (2000-2010), não permite um retrocesso, ou seja, não é possível voltar ao cabelo encaracolado se se tiver optado por um alisamento japonês. Será necessário esperar que o cabelo cresça de novo. "Na verdade, usa basicamente o mesmo principio ativo que a permanente, só que recorre a cremes em vez de rolos e óleo para fazer os caracóis", especifica.
Quanto à modalidade orgânica do procedimento, Cláudio Pacheco não poupa nas palavras. "O alisamento tem de ser químico para mudar a estrutura interna do fio de cabelo, portanto estamos a falar de greenwashing, estamos a tentar dar um nome fofinho a um produto que é químico", afirma. E acrescenta: "Qualquer produto que seja diga ter ingredientes naturais, agricultura biológica, sem pesticidas pode ser considerado alisamento orgânico, mas é se será sempre um químico. Tudo o que modifica a forma e a estrutura interna do cabelo num alisamento terá sempre de ser químico, por vezes nocivo se não for bem utilizado."

