As mulheres, as mães e a luta contra a violência. Papa Francisco lutou por uma Igreja mais feminina
Nomeou mais mulheres para cargos no Vaticano do que qualquer outro pontífice, procurou “desmasculinizar a Igreja” e lutou sempre ao lado das mulheres contra a violência e a opressão. Atribuiu mais papéis às mulheres, mas o sacerdócio permaneceu-lhes vetado
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Com Francisco, as mulheres ganharam poder no seio do Vaticano e, na prática religiosa, passaram o poder auxiliar o sacerdote ou diácono no altar e distribuir a comunhão e puderam começar a recitar orações e textos sagrados, como salmos, durante a missa e outros serviços, mas não os evangelhos, reservados aos padres.
As reformas de Francisco na Igreja foram amplas, trouxeram as mulheres muitas vezes para o centro de debate e marcaram o início de um novo caminho, mas ainda não uma luta antiga: a do sacerdócio.
O Sumo Pontífice, que morreu aos 88 anos, esta segunda-feira, 21 de abril, foi voz ativa contra a violência sobre as mulheres, chamou-lhe de “satânica”, quis retirá-las da “espiral da violência e do ódio” e reiterou, em últimos momentos, que a Igreja era “mulher: uma filha, uma noiva, uma mã”.
Recorde dez desses muitos momentos que marcaram 12 anos de pontificado.
“Este é o desafio mais urgente do que nunca para encontrar novos critérios e métodos que permitam às mulheres ser protagonistas plenas em todos os níveis da vida social e eclesial, para que a sua voz tenha mais peso e a sua autoridade seja cada vez mais reconhecida”
2025
“O mundo precisa de olhar para as mães e para as mulheres, a fim de encontrar a paz, sair da espiral da violência e do ódio, e mais uma vez ver as coisas com olhos e corações genuinamente humanos”
2024
“A Igreja é uma mulher: uma filha, uma noiva e uma mãe”
2024
“Toda a sociedade tem de aceitar o dom que é a mulher, todas as mulheres, respeitar, defender e estimar a mulher, sabendo que quem faz mal a uma única mulher profana Deus, que nasceu de mulher"
2024
“Na igreja as mulheres são mais importantes que os homens, porque a igreja é uma mulher”
2024
“A violência doméstica é um cancro insidioso”
2023
“O sofrimento infligido às mulheres e crianças através da violência doméstica atingiu níveis que deveriam levar a fazer mudanças radicais. (…) Os líderes cristãos desempenham um papel significativo na mudança da cultura.
2023
“A sociedade que não dá às mulheres os mesmos direitos que os homens empobrecerá”
2022
“O número de mulheres que são espancadas e abusadas nas suas casas, mesmo pelos seus maridos, é muito, muito elevado. Para mim, é quase satânico tirar vantagem sobre uma pessoa que não se consegue se defender, que consegue [tentar] bloquear os golpes. É humilhante. Muito humilhante."
2021
“A igreja é a noiva de Jesus Cristo. E Nossa Senhora é mais importante que papas, bispos e padres. Devo admitir que estamos um pouco atrasados no desenvolvimento de uma teologia das mulheres. Temos que avançar com essa teologia. Sim, isso é verdade”
2016