Cãibras, sensação de enjoo e mais três sinais incomuns provocados pelo excesso de calor
Com a promessa de uma onda de calor marcada para o final deste mês de julho, com temperaturas que podem ultrapassar, em alguns pontos do país, os 40ºC, saiba reconhecer sinais inesperados provocados pelo tempo muito quente no corpo
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Ainda antes do calor apertar, a hidratação deve estar na ordem do dia. O tempo quente faz disparar a sede, mas esta deve ser acautelada muito antes de ser sentida, sobretudo quando se está diante de uma vaga de temperaturas altas, como a que está prometida para o final deste mês de julho.
Com esperadas subidas de mercúrio a rondar os 35ºC, e com possibilidade de ultrapassar os 40ºC em alguns pontos do país, é tempo de perceber os sinais que o corpo emite quando está em sobrecarga devido ao tempo quente. Muito antes dos riscos de desidratação ou insolação, que podem mesmo ser muito críticos, há outros cuidados que chegam muito antes e que inspiram atenção. Falamos de “outros efeitos fisiológicos que o calor extremo tem sobre o corpo, frequentemente ignorados, mas que podem ter consequências sérias”, como refere o médico de Medicina Geral e Familiar e especialista em Medicina Estética e Antienvelhecimento, Ricardo Moutinho Guilherme.
De entre os alertas, o especialista fala das “cãibras causadas pelo calor”. Trata-de se “contrações musculares involuntárias e dolorosas, muitas vezes provocadas por esforço físico sob calor intenso”, explica o médico, que detalha: “Quando transpiramos excessivamente, perdemos sais minerais essenciais, como sódio e potássio, fundamentais para o bom funcionamento muscular”, pelo que “atividades como caminhadas ou exercício físico ao sol podem desencadear este sintoma, que é um aviso precoce de exaustão térmica”.
Também as náuseas e o mal-estar digestivo entra nesta conta. “O calor intenso pode provocar uma diminuição do fluxo sanguíneo para o sistema digestivo, o que interfere na própria digestão, podendo originar náuseas, vómitos ou até perda de apetite”.
Ricardo Moutinho Guilherme acrescenta também as “tonturas e sensação de desmaio”. Afinal, “o calor provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, o que leva à queda de pressão arterial”, explica. ”Com menor irrigação cerebral, surgem as tonturas – um sinal de que o corpo está a esforçar-se para manter a circulação adequada. Este sintoma pode ser agravado por desidratação ou longas exposições ao sol”, alerta o médico. O inchaço pode ser também um sintoma de excesso de calor, que faz com que “os vasos sanguíneos se dilatem, o que pode dificultar o retorno venoso, especialmente nas pernas”.
Por fim, o médico alerta para os “problemas respiratórios” que se podem agudizar com “o ar quente e seco, muitas vezes aliado à poluição”. “O calor contribui para a concentração de ozono ao nível do solo, o que irrita as vias respiratórias, provocando tosse, pieira e dificuldade em respirar. Até mesmo pessoas saudáveis podem sentir uma maior sensação de falta de ar em dias de maior calor”, justifica.