Quase 16 mil adultos, com idades entre os 20 e os 59 anos, relataram as suas atividades sexuais durante um ano e preencheram um questionário padrão sobre depressão. As conclusões trazem luz sobre a correlação entre a intimidade e a saúde mental
Corpo do artigo
Existe uma correlação entre a frequência sexual e a depressão, e há até uma conta que aponta para resultados concretos. Um estudo de larga escala que analisou dados de 15 794 norte-americanos, com idades entre os 20 e os 59 anos, constatou que a saúde mental melhora na cama. “A frequência sexual de uma a duas vezes por semana pode ter um efeito ideal na redução das possibilidades de vir a sofrer de depressão”. Esta é uma das primeiras conclusões em evidência no estudo publicado este mês de abril, no Journal of Affective Disorders.
A análise incluiu a correlação de dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um trabalho de longa duração que recolhe informações sobre saúde e comportamento de uma amostra representativa de adultos nos Estados Unidos da América, e questionários padrão sobre depressão.
A atividade sexual foi, então, categorizada em três níveis: menos de uma vez por mês, mais de uma vez por mês, mas menos de uma vez por semana, e pelo menos uma vez por semana. Os investigadores integraram também informações sobre variáveis como idade, género, raça e nível socioeconómico.
De entre as conclusões, os indivíduos que afirmaram ter relações sexuais pelo menos uma vez por semana tinham probabilidades significativamente mais baixas de depressão quando comparados com aqueles que tinham momentos de intimidade em menor frequência, ou seja, menos de uma vez por mês.
Sabendo-se já dos benefícios do sexo para a saúde em geral, este estudo traz agora, com precisão na contagem, o número de relações sexuais e o estado geral da saúde mental, com probabilidade de vir a estar a depressivo. Segundo a investigação, a atividade sexual semanal foi associada a uma redução de 24% de risco de depressão. Aqueles que relataram sexo mais de uma vez por mês, mas menos de uma vez por semana, tiveram uma redução de cerca de 23%.
O estudo (que pode ser consultado no original aqui) adianta ainda que, por via da análise do “efeito de saturação”, os benefícios psicológicos do sexo pareciam atingir o pico em inquiridos que reportaram ter sexo 52 a 103 vezes por ano, ou seja, uma média de uma a duas vezes por semana. Para lá deste valor, a investigação diz não terem sido notados efeitos adicionais face à depressão.

