Tem sido uma das dietas mais aclamadas nos últimos anos. Nutricionista explica modalidades e lembra que “apesar do interesse crescente, não há evidência científica que sustente que o jejum intermitente é a melhor abordagem para perder peso quando comparado com as dietas de restrição calóricas contínuas”
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Com a chegada do verão começa também, para muitos, a contagem decrescente para conseguir perder peso a tempo de pisar os areais. A regra é quase sempre a mesma: cortar na ingestão de calorias. Muda apenas o método - e há dezenas deles, com riscos que devem ser acautelados -, sendo que o jejum intermitente tem vindo a ganhar fama e adeptos.
Mas, afinal, como se cumpre este tipo de regime que se caracteriza por “intercalar períodos de ingestão alimentar normal com períodos prolongados sem nenhuma ingestão energética”, como descreve a nutricionista Beatriz Vieira.
A especialista elenca três modalidades mais comuns: “Uma das mais conhecidas é a ingestão restrita no tempo, em que o indivíduo não ingere alimentos com valor energético durante aproximadamente 18 a 20 horas, praticando uma dieta sem restrições nas restantes horas do dia”, refere a coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica, nos Lusíadas. E prossegue: “Outra estratégia é o jejum em dias alternados, no qual, em dias específicos, não existe ingestão de praticamente nenhum alimento ou bebida com valor energético”. Beatriz Vieira avança ainda com o “método 5:2”, segundo o qual “o consumo energético seja muito reduzido, em dois dias não consecutivos da semana, existindo uma ingestão apenas de 0 a 25% das necessidades energéticas diárias, mantendo uma ingestão energética normal nos restantes dias da semana”.
A especialista lembra que, se se vai fazer uma dieta, o “acompanhamento por um nutricionista é essencial”. “Só assim é possível garantir que a alimentação se mantém equilibrada e adaptada às necessidades individuais, respeitando o estilo de vida, preferências e eventuais condições de saúde preexistentes”, justifica. Se esta é uma recomendação, a segunda passa pela “consistência” da manutenção do padrão alimentar “ao longo do tempo” porque só esta atitude “permite alcançar os objetivos desejados”.
Se é ou não o modelo mais eficaz para perder peso, Beatriz Vieira reconhece o “interesse crescente” pelo jejum intermitente, mas sublinha também que “não há evidência científica que sustente que é a melhor abordagem para perder peso quando comparado com as dietas de restrição calóricas contínuas. Parece, sim, ser uma alternativa”.
“Vários estudos indicam que, desde que exista um balanço energético negativo, a perda de peso é semelhante entre os dois métodos. De forma semelhante, tem sido demonstrado que o jejum intermitente é equivalente às dietas tradicionais no que diz respeito à diminuição da massa gorda, melhoria do perfil lipídico sanguíneo (colesterol total, LDL e triglicéridos) e redução da glicemia em jejum”, acrescenta.