Dores abdominais mais e menos fortes, cansaço acentuado e inchaço são sinais de alerta para ambas as condições. Contudo, a doença celíaca e a intolerância ao glúten não são a mesma coisa e provocam efeitos distintos na saúde. Bárbara Marrucho esclarece dúvidas e fala de sintomas especiais no caso das mulheres
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A especialista em Ciências Farmacêuticas e certificada em saúde intestinal Bárbara Marrucho concorda que “é normal haver confusão” entre intolerância ao glúten e doença celíaca. Contudo, a especialista vinca que são situações muito diferentes, com severo e distinto impacto na qualidade de vida das pessoas.
À boleia do lançamento do novo livro Plano para Acabar com a Inflamação (editora Planeta), Bárbara Marrucho afirma que “a intolerância ao glúten pode manifestar sintomas digestivos semelhantes à doença celíaca - principalmente, inchaço, gases, dor abdominal, náuseas e diarreia ou obstipação - mas também pode gerar cansaço, enxaquecas, irritabilidades, dores nas articulações”.
No entanto, no caso da doença, a sintomatologia “tende a ser mais grave, com um maior risco de complicações se não tratada”. Está-se, como refere Bárbara Marrucho, diante de uma patologia “autoimune, desencadeada quando a pessoa consome glúten, uma proteína que está presente no trigo, centeio e cevada”.
Ao detalhe, a especialista descreve que o contacto com aqueles alimentos faz com que “o sistema imunitário ataca o intestino delgado, levando a inflamação crónica e destruição de vilosidades intestinais”.
Neste caso, “os principais sintomas são os digestivos clássicos - obstipação, diarreia, inchaço, dor abdominal, náuseas e vómitos, perda de peso, fezes mais gordurosas ou com mais odor”. Contudo, Marrucho lembra que vão muito mais além disso, evocando também o cansaço crónico, dificuldade de concentração e até formigueiros nos pés e nas mãos. No que diz respeito às mulheres, a especialista fala em consequências da doença celíaca que podem gerar “irregularidades menstruais, infertilidades, abortos espontâneos e queda de cabelo”.