A RTVE quer saber como foi atribuído o televoto no Festival da Eurovisão e admite, com outros países, abrir um debate sobre esta modalidade de pontuação, e se é feita de forma mais adequada
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Tem sido uma das vozes mais críticas e audíveis deste festival da Eurovisão - que entregou a vitória a Áustria, na noite de sábado, 17 de maio. Depois de a estação pública espanhola ter pedido publicamente “paz e justiça para a Palestina”, com a organização da Eurovisão ter avisado que a emissora espanhola pode ser multada caso repita os comentários sobre Israel, RTVE avança para pedido de auditoria ao televoto.
Não é a primeira vez que há uma oposição total entre os votos do júri e do público. É neste sentido que a estação pública espanhola, a RTVE, quer pedir auditoria ao televoto. Como lembra a a empresa de media em comunicado, “este sábado, 17 de maio, a Suíça foi a segunda mais votada pelo júri, com 214 votos, mas recebeu zero no televoto. O oposto aconteceu com Israel, cuja representante Yuval Raphael e o tema "New Day Will Rise" receberam a pontuação mais alta dos telespectadores, 297”. O vencedor da edição de 2025 foi o intérprete austríaco JJ com ‘Wasted Love’.
A Rádio Televisão espanhola anunciou, por isso, que “vai pedir à União Europeia de Radiodifusão (EBU), organizadora do Festival Eurovisão da Canção, que abra um debate sobre o televoto no concurso para avaliar se a forma como é feito é a mais adequada”, anunciando que vai juntar-se a outros países para fazerem o mesmo. Considera a RTVE que “o televoto é afetado pelos conflitos bélicos que decorrem atualmente e que podem fazer com que a cerimónia perca a sua essência cultural”.
A par desta posição, a empresa pública de media espanhola quer saber como foi distribuído o voto em território nacional. De acordo com os dados avançados pela RTVE até ao momento, “drante a primeira semifinal, o televoto espanhol consistiu em 774 chamadas, 2.377 SMS e 11.310 votos online. Números que aumentaram substancialmente na final: 7.283 chamadas, 23.840 SMS e 111.565 votos online”. Valores que se traduziram em 12 pontos para Israel; 10 para a Ucrânia; 8 para a Polónia; 7 para a Estónia, 6 para a Finlândia; 5 para a Suécia, 4 para a Áustria; 3 para a Albânia; 2 para a Noruega e 1 para a França. Cada pessoa pode dar até 20 votos. “Não faz sentido que um único país utilize recursos económicos para adulterar a Eurovisão”, considera o diretor do Eurovision-spain.com, José García, citado em nota emitida pela RTVE neste domingo, 18 de maio.