Estes são os tipos de cancro que mais estão a crescer abaixo dos 50 anos

Investigadores pedem mais apoio para descobrir as razões que estão a levar ao aparecimento de mais cancros precoces, abaixo dos 50 anos, afetando sobretudo as mulheres. As taxas de mortalidade por via desta doença e naquele período etário podem não estar a aumentar, mas é o crescimento de diagnósticos que está a preocupar os cientistas.

O alerta chega depois de um estudo que correlacionou mais de dois milhões de cancros identificados em pacientes com idades entre os 15 e os 49 anos, entre 2010 e 2019, nos Estados Unidos da América. Com base nos dados e projeções estatísticas, dos 33 tipos de cancro, 14 deles registaram uma taxa crescente numa das várias faixas etárias mais jovens (abaixo dos 50 anos).

De entre os exemplos divulgados na revista Cancer Discovery, foram detetados mais 4800 casos adicionais de cancro da mama do que o esperado. O colorretal também apresentou dados aumentados em dois mil casos, seguido do renal (1800) e o uterino (1200). Conclusões que denunciam uma sobre-exposição das mulheres a este aumento da doença.

Esta análise estatística não aponta causas, explicações, fatores de risco ou nível de acesso a cuidados para esta realidade, mas os investigadores querem aprofundar razões. São apontados, contudo, alguns caminhos que seguem agora para debate. Um deles é a obesidade: “Sabe-se que vários destes tipos de cancro estão associados ao excesso de peso corporal e, portanto, é uma das principais hipóteses”, adianta a principal autora do estudo, Meredith Shiels, do Instituto Nacional do Cancro dos EUA.

Um fator que, no caso do aumento em mulheres, se junta à gravidez mais tardia, uma vez que se considera que a gestação e a amamentação podem ser um fator de proteção ao risco da doença. Numa terceira linha de pensamento, é importante discutir também os avanços na deteção da doença, trazendo ao de cima diagnósticos mais precoces.