Cantora apela ao líder da Igreja Católica Papa Leão XIV que aja em nome das crianças que estão a morrer na Faixa de Gaza por ser "o único a quem não se pode negar a entrada". Madonna pede "portões humanitários abertos para salvarmos crianças inocentes".
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Numa mensagem publicada nesta segunda-feira, 11 de agosto, nas redes sociais, Madonna escreve ao Papa Leão XIV e apela a que ajude a por termo à morte de crianças na Faixa de Gaza. "Santíssimo Padre, Por favor, vá a Gaza e leve a sua luz às crianças antes que seja tarde demais", escreve a cantora e compositora. Uma mensagem que dirige ao líder da Igreja Católica por considerar que ele "é o único de nós a quem não se pode negar a entrada" num território que está cercado e fechado por Israel.
"Como mãe, não suporto ver o sofrimento delas. As crianças do mundo pertencem a todos", sublinha e acrescenta: "Precisamos que os portões humanitários sejam abertos para salvarmos estas crianças inocentes. Já não há tempo. Por favor, diga que vai. Com amor, Madonna".
Uma carta direta no dia em que - como explica a cantora na legenda que acompanha o post - o seu filho Rocco faz anos. "Sinto que o melhor que lhe posso dar enquanto mãe - é pedir a toda a gente que faça o que conseguir para ajudar a salvar crianças inocentes do fogo cruzado em Gaza. Não estou a apontar dedos, a culpar alguém ou a tomar partidos. Toda a gente está a sofrer. Incluindo as mães dos reféns. Rezo para que esses também sejam libertados. Estou meramente a fazer o que consigo para impedir que estas crianças morram à fome", afirma na publicação em que pede aos seus seguidores que façam donativos a entidades como World Central Kitchen, Women Wage Peace e Women of the Sun.
O Sumo Pontífice, por seu turno, tem sido uma voz ativa em defesa do povo do Gaza, tendo vindo a apelar para a situação que se vive no território em diversos momentos. No fim do Jubileu dos Jovens, em Roma, na semana passada, Leão XIV apelou à paz. "Em comunhão com Cristo, a nossa paz e esperança para o mundo, estamos mais próximos do que nunca dos jovens que sofrem os males mais graves, provocados por outros seres humanos. Estamos com os jovens de Gaza. Estamos com os jovens da Ucrânia, com os de todas as terras ensanguentadas pela guerra", afirmou, vincando que "os conflitos não se resolvem com armas, mas com diálogo".
Antes, no final do mês de julho, voltou a apelar a um cessar-fogo imediato, como tem vindo a fazer na maioria das suas intervenções desde março. Leão XIV tem apelado à libertação dos reféns do grupo islamita Hamas e "a entrada adequada de ajuda humanitária" em Gaza "com urgência".
A ofensiva israelita, que se tem vindo a agravar, seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. O Hamas e outros grupos radicais ainda mantêm em seu poder 50 reféns, dos quais 20 vivos e 30 mortos, que Israel exige que lhe sejam entregues.
A resposta militar israelita ao ataque provocou mais de 61 mil mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária, escassez severa de alimentos e medicamentos e deslocamentos de pessoas. Segundo contagem publicada pelo Ministério da Saúde do Hamas, no início desta semana, tinham já morrido 100 crianças por desnutrição em Gaza.
Durante o mês de julho, as mortes no enclave por falta de alimentos dispararam depois de meses de bloqueio à ajuda humanitária por Israel, que controla todo o acesso ao território. Entre 2 de março e 19 de maio, o bloqueio foi total, enquanto o fluxo de ajuda agora é muito limitado e insuficiente, denunciam organizações humanitárias.