Mulheres duplicaram em funções executivas nas cotadas em bolsa, mas ainda estão em minoria

Lei exige nomeações de 33,3% desde 2020. Mulheres em funções executivas ainda estão a meio caminho
Freepik
A presença feminina em cargos executivos nas administrações das empresas cotadas em bolsa mais do que duplicou em oito anos, data da entrada em vigor da lei. Porém, elas ainda estão em número reduzido: não chegam a ser duas por cada dez elementos com poder efetivo nos conselhos de administração e gestão.
Portugal registou, de entre os países europeus, a quarta maior subida de mulheres presentes em cargos executivos nas empresas cotadas em bolsa. A presença do sexo feminino em lugares de decisão nos negócios subiu dos 8,2% para os 17,4%. Ou seja, houve progresso, os valores mais do que duplicaram, mas ainda falta dar-lhes mais poder para se atingir o equilíbrio.
Os dados de crescimento, que colocam Portugal atrás da Áustria, Irlanda e Alemanha, foram revelados nesta quinta-feira de manhã, 27 de novembro, no âmbito do Innovators Forum"25 - powered by Sonae, que está a debater o impacto da diversidade na competitividade das empresas, num encontro que decorre no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.
Importa vincar que, se não olharmos para a natureza das funções dirigentes que as mulheres ocupam nas empresas cotadas em bolsa, aí a presença delas sobe mais e supera o que a lei tinha definido em 2017. Há oito anos, o clausulado obrigava as companhias à nomeação de 33,3% de pessoas do sexo menos representado para cargos a partir de 2020. Avanços que, contudo, ainda colocam o país em "sétimo com menor peso de mulheres em funções de administração executiva", comparando os atuais 17,4% à média europeia de 23,7%".
De volta às estatísticas avançadas esta quinta-feira, 27, as administradoras aumentaram de 15,5% para 36,6%, numa subida que corresponde a 136% e que coloca Portugal como o quinto país europeu, de entre 30 analisados, a reportar este aumento. "Esta evolução positiva, bem acima do crescimento médio de 44% dos países da União europeia, permitiu a Portugal passar de 20º para 15º lugar no ranking dos países com maior percentagem de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas", lê-se no comunicado enviado às redações e que acompanha estes dados.
O mesmo documento sublinha que "Portugal supera a média de 35,2% de mulheres administradoras nas principais empresas cotadas da União Europeia, mas ainda está longe dos valores registados em França (46,9%), Islândia (45,7%), Itália (44,4%), Dinamarca (44,3%) e Reino Unido (44,3%.), os países com maior percentagem de mulheres nos conselhos de administração de empresas cotadas".

