Música no feminino: Dos bairros pobres do Rio de Janeiro para o NOS Alive

Esta quinta-feira, 10 de julho, 12 instrumentistas brasileiras, com idades entre os 18 e os 25 anos, sobem ao palco do NOS Alive para interpretarem temas de estrelas da música como Chico Buarque, Tom Jobim e Chiquinha Gonzaga. Elas compõem o grupo de câmara da Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga, que é formado por raparigas oriundas de zonas desfavorecidas da região metropolitana do Rio de Janeiro - como a Zona Oeste da cidade e a Baixada Fluminense - e de escolas públicas, que recebem alunos com piores condições económicas.

O grupo, com espetáculo marcado para o Palco Fado Café, faz parte do projeto fundado em 2021 e que se apresentou com o objetivo de promover a representatividade e diversidade entre instrumentistas do sexo feminino, no Brasil, criando, para tal, uma Orquestra Sinfónica, atualmente com 52 integrantes. Contudo, esta iniciativa - que junta raparigas na música - é muito mais vasta e já soma cerca de 700 estudantes oriundas de bairros desfavorecidos que aprendem e executam música.

“Mais do que formação musical, a Orquestra Sinfónica Chiquinha Gonzaga, graças ao patrocínio da GALP/Petrogal Brasil, oferece caminhos reais para a construção de um futuro com maior equidade, liberdade e representatividade. Raparigas que anteriormente não tinham acesso à arte encontram agora na música um meio de expressão, de sonho e de transformação – de si mesmas, das suas comunidades e da sociedade no seu todo”, afirma, citada em comunicado, a diretora executiva da OSJ Chiquinha Gonzaga, Moana Martins.

As integrantes desta iniciativa têm posteriormente a oportunidade de poderem vir a ser monitoras do projeto, existindo a possibilidade de, no futuro, darem aulas ou de trabalharem para a plataforma como, entre outras funções, arquivistas.

Esta será a quarta digressão internacional da Orquestra, que já se apresentou em Portugal – embora só agora se estreia em Lisboa -, Espanha, Suíça e França. Em novembro deste ano, o grupo irá atuar no prestigiado Carnegie Hall, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.