Legislativas de maio de 2025 trazem, até agora, apenas mais uma deputada do que nas eleições de 2024, equiparando-se aos registos mais baixos dos últimos dez anos e longe dos 40% definidos em 2019, após revisão da lei da paridade. Só o partido Livre consegue uma bancada em igualdade, com três homens e três mulheres
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Até ao momento, atribuídos os 226 lugares da Assembleia da República através das Legislativas de 2025, as mulheres conseguem conquistar apenas mais um lugar no hemiciclo do que no ano passado, ficando com 77 cadeiras. Uma representação política que não vai muito além dos resultados obtidos em março de 2024, que já tinham replicado os valores mais baixos desde 2015. Valores que nem a lei da paridade, revista em 2019 para alargar o valor do sexo menos representado a um mínimo de 40%, parece estar a corrigir. Neste domingo, 18 de maio, e após a contagem dos votos, as mulheres voltam a ser 33,6% dos deputados.
Contas feitas, a Aliança Democrática vê atribuídas 86 cadeiras, 28 das quais as mulheres. A que se junta mais uma (de um total de três deputados) eleita pela coligação PPD/PSD.CDS-PP.PPM. Ou seja, as coligações com a AD de Luís Montenegro, que venceram sem maioria este sufrágio, somaram mais dez deputados nestas Legislativas de 18 de maio e cinco desses lugares foram conquistados por mulheres.
O Partido Socialista conseguiu 21 lugares em 58 para as deputadas. O partido liderado por Pedro Nuno Santos, que pediu a demissão nesta noite eleitoral, perdeu, no total, 19 deputados entre os dos sufrágios, mas a queda foi maior entre homens do que entre mulheres: elas perderam nove lugares e eles dez.
O Chega, com igual número de representantes eleitos face aos socialistas, entrega 18 cadeiras a mulheres eleitas, o que regista um aumento de mais cinco lugares femininos de um total de mais dez conseguidos nesta noite de domingo.
A Iniciativa Liberal que vê reforçada a sua participação no hemiciclo, entrega três dos novos mandatos a mulheres. Já o Livre é o único partido a conseguir a absoluta paridade, com três cadeiras para cada género, somando seis eleitos. A CDU, que perdeu representação neste sufrágio, elegeu uma mulher em três. O Partido Pessoas-Animais-Natureza manteve a sua deputada única, Inês Sousa Real, e o Bloco de Esquerda segurou apenas uma representante: Mariana Mortágua.
Importante vincar que ainda existem quatro lugares por atribuir, dois pelo círculo da Europa e outros tantos por fora da Europa. Mas a replicar-se a atribuição feita em 2024, talvez possa ser eleita mais uma mulher, por via do PS e pela Europa. Todos os outros candidatos em lugares elegíveis são do sexo masculino.
O número de deputadas na Assembleia da República atingiu a sua participação mais alta em 2019. Nessas legislativas foram eleitas 89 mulheres e 141 homens, de acordo com os dados da Pordata.