
O segredo está no equilíbrio do que conversa, partilha e bebe
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Com a temporada das festas, chegam também as celebrações que têm lugar no local de trabalho. Para que seja um momento de festa e sem dissabores, veja seis regras de ouro deixadas pela psicologia.
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Momentos de descontração entre colegas em tempo de festas de Natal são sempre azo a outro tipo de conversas e até de comportamentos. Para não cair em excessos, saiba quando deve parar antes de fazer algo que se arrependa.
Os jantares de Natal somam "a alegria da celebração e a oportunidade de socializar num contexto diferente", mas também podem dar lugar a alguma "ansiedade social e a pressão" na tentativa de "corresponder a expectativas, sendo que o desafio é o de não ultrapassar a fronteira entre o profissional e o pessoal", como analisa a psicóloga e psicoterapeuta Ângela Rodrigues.
Se o caminho não passa por construir "uma armadura" diante de colegas e superiores, importa, como refere a especialista da Clínica da Mente, "praticar o autoconhecimento e o autocuidado". Deve-se, por isso, tentar encontrar "um equilíbrio que permita desfrutar do momento, sem sentir que está a comprometer o seu conforto emocional ou a sua integridade".
Psicóloga clínica Ângela Rodrigues Foto: DR
Ângela Rodrigues deixa seis atitudes e reflexões que a podem ajudar a atravessar este contexto de celebração, sem cair em exageros, seja no consumo de álcool, na partilha de momento que não devem ter eco nas redes sociais e nas conversas possíveis. Veja as recomendações:
Brindes com moderação: "Conhecer os seus próprios limites e tomar decisões conscientes sobre o que bebe permite-lhe manter-se presente, desfrutar das conversas e, acima de tudo, sentir-se em controlo da sua própria experiência, evitando a sensação de arrependimento ou desconforto no dia seguinte", sugere a psicoterapeuta. Álcool, sim, mas não a ponto de gerar ansiedade.
Roupa que a faça sentir bem e confiante: O que levar para um contexto de festa laboral pode ser sempre um desafio, mas não precisa de consumir tanta ansiedade. A opção, refere e psicóloga, passa por "escolher uma roupa que o faça sentir-se bem, confiante e, acima de tudo, confortável". "Quando não estamos preocupados com uma bainha, um decote ou um sapato apertado, libertamos a nossa mente para estarmos genuinamente presentes e para nos conectarmos com os outros", recomenda.
Ir além das conversas de circunstância: As festas de Natal ou as celebrações na empresa são sempre uma forma de conhecer melhor os nossos colegas. Deixe a superficialidade e aposte em conversas que acrescentem algo. Por isso, Ângela Rodrigues sugere que "em vez de forçar conversas sobre trabalho, procure pontos de conexão genuínos", privilegiando temas como "interesses comuns, hobbies, planos para as férias ou até mesmo um comentário sobre a música". Devem ser "evitados temas que sabe serem mais pesados ou geradores de discórdia, como "fofocas" ou críticas, é uma forma de proteger a sua energia e a dos outros".
Cuidado com os limites: "Num ambiente de festa, é natural que as barreiras entre o profissional e o pessoal se tornem mais fluidas. É importante que se sinta no direito de não partilhar aspetos da sua vida privada com os quais não se sente confortável", vinca a especialista. Também não deve ficar em conversas que não lhe agradem, caso essa seja a sua posição, bastando para isso que se retire educadamente. "Saber dizer "não" a uma partilha mais íntima ou a um convite para prolongar a noite pode ser um poderoso "sim" ao seu bem-estar e à sua tranquilidade"
Não desempenhe um papel que não quer: "Não precisa de ser a alma da festa", salvaguarda Ângela Rodrigues. Posto isto, se é uma pessoa mais introvertida, não deve forçar-se a ter um papel que a deixe desconfortável. A terapeuta sugere que se "defina pequenas metas, como conversar com duas ou três pessoas novas". "Encontrar um colega com quem se sente mais à vontade pode também funcionar como um "porto seguro". O importante é que encontre uma forma de participar que respeite o seu temperamento e os seus níveis de energia", refere a psicóloga.
Cuidado com a partilha digital: O ambiente mais descontraído pode levar a momentos eternizados em imagens e que arriscam cair nas redes sociais. Não seja a pessoa que faz essa partilha e saiba recuar quando vê que algo caminha nesse sentido e não quer. "As fotografias ou vídeos podem expor colegas em momentos de descontração que talvez não queiram ver no espaço público digital. Uma boa prática é perguntar sempre antes de partilhar e, na dúvida, optar pela discrição", sugere a psicóloga clínica. Um gesto que, prossegue, "reflete respeito pela privacidade alheia, um pilar fundamental em qualquer relação saudável, seja ela pessoal ou profissional".

