A seleção nacional dominou o jogo por completo em termos daquilo que é ter bola, número de cantos, de remates... São dados que revelam bem esse domínio a que assistimos. Mas essa posse não se transformou em oportunidades claras de golo.
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Foi um jogo com muito poucas oportunidades para as duas seleções. O Uruguai assentou o jogo fundamentalmente em transições rápidas para aproveitar Suárez e Cavani e foi este quem acabou por decidir a partida. Primeiro, num lance em que abriu na esquerda e depois surpreendeu Raphael Guerreiro ao aparecer na zona dele e finalizou. No segundo golo, Luis Suárez conseguiu atrair a linha defensiva de Portugal para a zona central, libertando o Cavani para uma finalização irrepreensível.
Foram duas partes distintas de Portugal em termos de sistema tático. Um primeiro tempo em 4-4-2, com Cristiano Ronaldo e Gonçalo Guedes na frente de ataque e uma linha de quatro, com João Mário na esquerda, Bernardo Silva na direita e no meio Adrien Silva e William Carvalho. Na segunda parte, Portugal apresentou-se em 4-2-3-1, com Gonçalo Guedes sobre a esquerda, João Mário na direita e Bernardo Silva na posição 10 nas costas de Cristiano Ronaldo, com os pivôs a trabalharem por trás do Bernardo no segundo momento de construção.
No entanto, nunca fomos uma equipa com necessidade de construir a partir de trás porque o Uruguai baixou muito as suas linhas e no controlo de todo o jogo defensivo dos uruguaios houve dois nomes que emergiram: Giménez e Godín. Ambos foram sublimes na forma como comandaram a linha defensiva e como controlaram os espaços. Só não conseguiram fazê-lo na finalização do Pepe.
Foi um jogo que podíamos ter ganho, mas defensivamente o Uruguai esteve muito forte com Giménez e Godín, assim como ofensivamente com Suárez e Cavani.
Nunca conseguimos ver um jogo partido porque o Uruguai andou sempre na frente do resultado. Em pouco mais de 90 minutos, apenas em 12 é que tivemos a partida empatada. Andámos atrás do resultado e os uruguaios sempre lá atrás de forma confortável, com duas linhas de quatro jogadores sempre muito intensos na forma como abordaram os lances.
Fomos eliminados no jogo em que tivemos maior domínio, embora não tenhamos tido esse domínio em termos de oportunidades.
A verdade é que tivemos uma reação mais forte na segunda parte, na qual estivemos mais em cima da baliza do Uruguai, mas essa reação não conseguiu livrar-nos da eliminação.
TREINADOR DO V. GUIMARÃES