Abel Ferreira: "Se fico ou não fico este ano, quem vai decidir é a minha família"
Abel Ferreira, em conferência após a vitória sobre o Botafogo, abordou a o futuro no Palmeiras e deixou um recado às críticas.
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O Palmeiras foi até ao reduto do Botafogo, no Engenhão, vencer por 1-0. Perto do descanso, Felipe Anderson, ex-F. C. Porto, não perdoou um contra-ataque e desatou o nó no marcador. Fruto desta vitória, o Palmeiras chega aos 39 pontos e ocupa o segundo posto, a quatro do líder Flamengo, que tem um jogo a mais no campeonato.
No final do encontro, Abel Ferreira foi questionado sobre o fim do processo movido pelo Al Sadd, em 2024, que alegava o incumprimento de um pré-acordo por parte do técnico português para orientar o clube, e se isto abriria portas para uma permanência nos alviverdes, apesar da contestação de que tem sido alvo. Segundo a imprensa brasileira, nos últimos dias, o Palmeiras e o Al Sadd terão chegado a um acordo que fez cair uma cláusula em que o emblema sediado em Doha teria de adquirir mais 25% dos direitos económicos do avançado Giovanni, após o cumprimento de certas metas.
Perante esta questão, Abel Ferreira mostrou estar preparado e leu um papel que tinha entre mãos: "No final de 2023, tive mais uma vez a possibilidade de sair, em condições extraordinárias. No final de 2023, depois de sermos campeões, eu disse: "Eu fico". Essa imagem está por todo lado. Fiquei pelos meus jogadores, por todo o staff, e pela nossa massa adepta. Fico porque sou um treinador de relações, de projeto. A maior prova de amor não é dizer todos os dias "eu amo-te', mas escolher ficar mesmo quando era mais fácil ir embora, como outros treinadores fizeram na mesma situação do que eu", começou por dizer.
"Em relação ao meu contrato, se fico ou não fico este ano, quem vai decidir é a minha família. Mas não é momento para decidirmos o que quer que seja. O importante não foi nem nunca será o Abel. O mais importante será sempre o que for o melhor para o Palmeiras. Nenhum de vocês me conhece. Nem vocês, nem quem está a comentar, porque se quisessem realmente conhecer-me e saber quem é o Abel, iam perguntar a pessoas que trabalham comigo, não a jornalistas que não gostam do Palmeiras ou do Abel. Pessoas que trabalham comigo, meus ex-presidentes, ex-jogadores, atuais presidentes.... é com esses que vocês têm de falar. Vocês não me conhecem, nem eu quero que vocês me conheçam, porque cada um constrói a narrativa que quer. Se me quisessem realmente conhecer, vocês saberiam. Aliás, está tudo escrito num livro. Ou será que vocês não gostam de ler? Foi uma forma de agradecer ao futebol brasileiro", atirou para os jornalistas presentes na sala.
A fechar, Abel Ferreira lembrou que o clube tem sido competitivo internamente e recordou a participação no mais recente Mundial de Clubes: "Nos últimos três ou quatro anos o Palmeiras discutiu (por títulos) com alguém. Na Libertadores, os grupos são sempre fáceis e, como todos os clubes do mundo, ganhamos e perdemos, passamos por diferentes momentos. O [Pep] Guardiola [treinador do Manchester City] foi disputar o Mundial e foi pior do que o Palmeiras, mas fizeram a narrativa de que fizemos um péssimo Mundial. O Palmeiras é um clube muito bem presidido, muito bem dirigido pelo Barros e tem um treinador mais ou menos. Seguramente há muitos treinadores melhores do que eu, mas acho que não sou assim tão mau, modéstia à parte".

