Advogada saudita pede a "detenção e deportação" de Cristiano Ronaldo por um "delito de indecência pública", depois do internacional português ter colocado a mão nos genitais no final do jogo entre o Al Nassr e o Al Hilal. Clube saudita defende CR7.
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Durante a apresentação como reforço do Al Nassr, em janeiro deste ano, Cristiano Ronaldo mostrou-se empenhado em ajudar a "mudar a mentalidade das gerações" de um país conhecido pelos seus problemas em torno dos direitos humanos.
No início deste mês, Ahmed Alghamdi, diretor executivo do Al Nassr, elogiava o "grande impacto na imagem externa do país" que a chegada do internacional português teve. Era, dizia, um símbolo da "dimensão do progresso e da civilização da Arábia Saudita".
O estado de graça do português parece ter chegado ao fim, depois de um episódio polémico no final do encontro com o Al Hilal, da última terça-feira. Quando se encaminhava para o balneário, Ronaldo ouviu os adeptos rivais gritarem pelo nome de Messi e 'respondeu' colocando a mão nos genitais.
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O gesto, captado pelas câmaras, correu o mundo e não caiu bem na nação saudita. Fonte do Al Nassr apressou-se a explicá-lo com "uma pancada" sofrida pelo avançado português naquela zona do corpo durante o jogo, mas nem isso ajudou a silenciar o coro de críticas que se gerou em torno de um momento "imoral e mal-educado contra os espetadores", assim o classificou o jornalista Ozman Abu Bakr.
Mais contundente foi a ação da advogada especialista em Direito Internacional Nouf bin Ahmed, que pediu a "detenção e deportação" de Ronaldo por um "delito de indecência pública".
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O advogado Pedro Macieirinha refere, ao JN, que o caso "tem de ser visto à luz da lei saudita". "Pelo que percebi, será uma ofensa grande que é punida com deportação. Isso não tem necessariamente que ver com a questão desportiva, mas por o ato em si ter sido praticado em público. Se aquilo tivesse acontecido num restaurante teria a mesma gravidade do que ali", explica.
Reforçando tratar-se de "uma matéria mais de direito penal do que desportivo", Pedro Macieirinha acredita que a deportação será "a última pena a aplicar, de um escalonamento de sanções, se a gravidade da conduta for considerada muito grande".