Ahmed Alshikhy, especialista em Direito do Desporto, considera "impossível" tal cenário.
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Um "tweet" em que a advogada saudita Nouf bin Ahmed aludia à possibilidade de Cristiano Ronaldo poder ser detido e deportado pelas autoridades sauditas por ter colocado a mão nos genitais enquanto os adeptos do Al Hilal, acabado de derrotar o Al Nassr por 2-0 para a Liga saudita, gritavam por Messi correu o mundo. "É considerado um delito de desonra pública", justificou a jurista que terá remetido o caso para a justiça.
Correrá o português perigo de se ver forçado a abandonar o país por aquele ato? Ao JN, o advogado saudita Ahmed Alshikhy, especialista em Direito do Desporto, diz que não, sobretudo porque Nouf bin Ahmed "não é parte integrante do assunto e, por isso, não tem o direito de processar Ronaldo". Depois, "os tribunais criminais não têm jurisdição neste tipo de casos, porque temos leis claras no Desporto. Falo especificamente dos estatutos da FIFA e da federação saudita, que dizem que tudo o que é relacionado com o futebol e que acontece dentro de um estádio é exclusivo do Comité Disciplinar da federação saudita, o único órgão que pode receber alguma queixa ou caso contra Ronaldo".
Por tudo isto, o advogado considera "impossível que Ronaldo seja deportado por este ato", até porque " mesmo que a federação saudita abra um caso contra ele, qualquer dúvida será interpretada a favor do jogador, tal como na lei criminal".
Isto, claro, "a não ser que Ronaldo diga que fez efetivamente aquilo contra os adeptos" do Al Hilal. "Isso seria outra história", diz Ahmed Alshikhy, ainda que acredite que "mesmo que Ronaldo pudesse vir a ser castigado, não seria mais do que ficar afastado de alguns jogos e uma multa".
Através da agência noticiosa EFE, o Al Nassr explicou que a reação de Ronaldo se deveu a "uma lesão numa zona sensível" sofrida no jogo com o Al Hilal.