
Águia voraz abate pantera com mais um voo intocável
MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Benfica soma sétimo triunfo consecutivo na época e ainda não sabe o que é sofrer golos para o campeonato. João Mário assume braçadeira de capitão e decide com bis
Noventa minutos (e uns pozinhos) bem passados e, acima de tudo, bem jogados. Depois de nas duas épocas anteriores ter saído do Bessa sem degustar o sabor do triunfo, o Benfica - que só sabe o que é vencer nesta temporada - materializou a supremacia com três golos e deixou o Boavista reduzido a pouco mais que uma exibição corajosa.
Sem Otamendi (a cumprir suspensão), mas com António Silva a estrear-se pela equipa principal, os encarnados sentiram os dentes da pantera no primeiro quarto de hora, mas sempre de forma controlada. A equipa de Petit apareceu proativa com bola - tal como o técnico tinha prometido na antevisão - e apesar de mostrar que sabia como ferir a águia, acabou por não traduzir a vontade em proveito.
E talvez por aqui se começou a desenhar aquilo que viria a ser um domínio assumido e claro das águias. Ao contrário dos axadrezados, os lisboetas transformaram a superioridade em golo, por Morato, após cruzamento do (sempre irreverente) Neres. Estreia a marcar para o central em 2022/23, numa época em que o laboratório Schmidt começa a mostrar que é coisa séria: quarto golo do Benfica de canto e o sétimo de cabeça.
Fechada uma bela primeira parte (outra em que as águias não sofreram golos) era grande a expectativa em relação ao que as equipas poderiam trazer de novo. E não foi preciso esperar assim tanto. À imagem do que já tinha acontecido nos primeiros 45 minutos, a pantera cerrou os dentes e animou um Bessa muito bem composto.
Só que uma vez mais, muito graças a dois médios que parecem ter o dobro das pernas e pulmões que o comum mortal - leia-se Enzo e Florentino -, o Benfica aguentou a pressão o suficiente para depois, sem dó nem piedade, soltar as duas bicadas finais.
Apareceu o capitão João Mário, até então discreto, a bisar: aos 67 minutos, após assistência de Musa, e aos 82, de penálti, conquistado pelo mesmo Musa. Nos minutos que restaram, Aursnes e Ristic aproveitaram para se estrearem pelos encarnados.
Mais: João Mário mostrou que um capitão deve dar o exemplo e foi decisivo. Musa, de volta ao Bessa, deixou boas indicações para futuro.
Menos: Makouta costuma ser o farol das panteras e andou estranhamente desaparecido. Sasso cometeu o penálti desnecessário que sentenciou o jogo.
Árbitro: João Pinheiro esteve seguro nas decisões e deixou o jogo fluir a bom ritmo. Devia ter assinalado o penálti sem necessitar de consultar o VAR.
Veja o resumo do jogo:
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