Alavarium desenvolve projeto com forte ligação às escolas de Aveiro e focado em valores progressistas.
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Com o sol a pôr-se no horizonte, na escola EB 2,3 de Aradas, em Aveiro, a azáfama de mais uma ronda de treinos toma, gradualmente, o lugar da quietude até então reinante. "O nosso ordenado é ver os miúdos chegarem de sorriso nos lábios", comenta Paulo Páscoa, diretor do Alavarium, nome que recupera a forma mais antiga conhecida pela qual a cidade de Aveiro era reconhecida.
Com o seu pavilhão em obras, o dia a dia do clube dispersa-se por três escolas da região. Esse não é, de todo, um ambiente desconhecido para o Alavarium, que promove nas escolas primárias do agrupamento de Aveiro aulas de andebol que integram o plano curricular dos alunos. "É aí que começa a história toda", aponta Carlos Santos, coordenador da formação. "Movimentamos 800 miúdos, que juntamos no final de cada ano letivo numa grande festa", diz, sendo essa uma das principais formas de recrutamento do clube.
Academia formadora de três estrelas pela Federação Portuguesa de Andebol e um orgulhoso detentor da bandeira da ética atribuída pelo IPDJ, o Alavarium é um clube que "gosta de ganhar, mas não a todo custo", e que procura "ensinar aos atletas que do outro lado está um rival, não um inimigo", vinca Teresa Rino.
A dirigente ressalva o importante papel desempenhado pelos clubes de formação, os quais "dão aos pais uma retaguarda e a possibilidade de fazer desporto" aos filhos. No Alavarium, fizeram-se até contas a isso. "No pré-pandemia, chegámos à conclusão de que os atletas passavam, por ano, 30 dias connosco. Durante esse período, garantimos aos pais que eles estão com adultos responsáveis", sublinha Teresa Rino.
A pandemia, implacável e abrupta, levou a uma queda no número de atletas no clube, de 260 para os atuais cerca de 200. Paulo Páscoa acredita numa recuperação plena neste capítulo, sobretudo quando o novo pavilhão, "com condições fantásticas", estiver pronto.
Imutável por ali é o lema "Formamos gerações", que norteia toda a atividade do clube. "Tentamos preparar todos os atletas com o objetivo de, um dia, chegarem às equipas seniores", explica Carlos Santos. Essa missão implica uma reunião mensal com todos os treinadores da formação, encontros periódicos com os pais e a avaliação trimestral da evolução de cada atleta.