Alberto Costa, de 21 anos, faz, em entrevista ao jornal "O Jogo", o balanço de 12 meses alucinantes, durante os quais foi do V. Guimarães ao Dragão, com passagem pela Juventus. Na casa que sempre quis que fosse sua, manda a união.
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"Estive 11 anos no Vitória, foi a primeira vez que saí de casa, por assim dizer, e foram muitas mudanças, coisas muito rápidas, não estava à espera que acontecesse a primeira, especialmente. Na segunda, já estive melhor preparado, mas acho que lidei bem com as coisas", começou por recordar, em entrevista ao jornal desportivo O Jogo.
Alberto Costa diz que "o futebol italiano tem muita marcação homem a homem, obriga a muitos duelos e a estar preparado, mais atento", algo que o ajudou a melhorar antes do "sonho de criança no F. C. Porto". "Quando o meu agente me falou da possibilidade, foi logo um entusiasmo muito grande", admitiu.
"Quando saí do Vitória, claro que foi um passo incrível, mas fiquei com aquele sentimento de que foi muito pouco, com tantos anos no clube e foram poucos jogos ali, mas mesmo que tivessem sido mais... Um jogador, quando está em Portugal, tem o sonho de ser campeão cá. Neste caso, tenho a possibilidade de o ser com o clube do coração e parece que aconteceu tudo no momento certo. Estou muito grato por estar aqui e sinto que o F. C. Porto me ajudou imenso, mostrou muito interesse em mim".
O jogador falou da exigência do técnico Francesco Farioli que o ajudou a melhorar: "Felizmente, o treinador exige muito de nós e tenho de estar sempre a pensar mais à frente, seja com ou sem bola. Sinto que ando muito mais desperto. A bola está do outro lado do campo, mas o míster está preocupado com a minha posição, não deixa que relaxe e fique aberto. Pede-me coisas, obriga-me e gosto dessa exigência."
Foto: Miguel Pereira
O lateral sente que ainda tem algo a melhorar. "Agora, o treinador exige mais jogo interior e espaço reduzido, e sinto que estou a melhorar e vou ficar ainda melhor. É um aspeto a caprichar, o treinador não quer que o lateral vá só à linha", revelou.
O clube publica vários vídeos dos jogadores desgastados no treino. "Os treinos são intensos em aspetos diferentes. Esse treino de que falou foi intenso a nível físico, mas temos muitos treinos mais leves fisicamente. Só que esses treinos leves também nos obrigam a estar mais concentrados e ligados no jogo, porque o míster reforça que cada exercício é feito para ir buscar coisas do jogo. Ele não gosta que estejamos a treinar por treinar, quer sempre ir buscar ideias do jogo e que as possamos aplicar".
Farioli disse que ficou um pouco aborrecido com algumas coisas que viu em certos jogos. "O grupo é recetivo quando o míster diz alguma coisa e sinto que tentamos sempre dar a melhor resposta possível", diz relativamente a críticas do técnico.
Alberto Costa comenta que os jogadores cantam a famosa música de Farioli depois de alguns jogos e que "ficaram frustados" com o nulo no clássico frente ao Benfica. "Se a primeira oportunidade entra, muda completamente o jogo. Queríamos dar essa resposta se estivéssemos em vantagem, temos estado muito confortáveis defensivamente. Não sofremos golos e eu, que sou defesa, tenho-me sentido muito bem nesse aspeto", atirou.
O ala-direito explica como se sofre tão poucos golos. "Sou defesa, mas sinto que isto começa tudo à frente. No pontapé de saída, somos 11. Claro que o mérito é dado às defesas, mas também tem de ser dado, por exemplo, ao Samu, que faz um trabalho incrível. Quando é assim, os da frente ajudam, para os defesas ainda é mais fácil. Se os adversários tiverem muito mais dificuldade a sair para a frente, quando chegarem a nós [defesas], é mais difícil ainda".
"Aqui dentro, não estamos a sentir pressão nenhuma (sobre estarem à frente no campeonato). Sinto que pensamos apenas em ganhar o próximo jogo: temos de ganhar o próximo desafio e focamo-nos sempre no adversário seguinte. Agora vamos ter muitos jogos num curto espaço de tempo, mas concentramo-nos sempre no próximo, pouco se fala nos jogos que vão aparecer depois. Por outro lado, é das coisas mais gratificantes que podemos ouvir quando os adeptos dizem que os representamos. Só queremos dar continuidade a isso. Se dizem que mostramos garra em campo, só podemos ficar contentes com isso e dá-nos ainda mais vontade de o mostrar", concluiu.