Alfonso Pérez: “O futebol feminino e o masculino não podem ser equiparados em nada”
Alfonso Pérez, em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", reagiu à polémica recente da seleção feminina espanhola com declarações que estão a gerar muita controvérsia.
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Alfonso Pérez, antigo avançado espanhol que passou por clubes como o Real Madrid, Barcelona, Marselha e Bétis, esta segunda-feira, ao jornal espanhol El Mundo, prestou declarações sobre o futebol feminino que, em Espanha, estão a causar muita polémica.
O antigo internacional espanhol, de 51 anos, quando questionado sobre a demissão de Luis Rubiales, antigo presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), começou por reagir com desagrado à recusa das jogadores em serem convocadas para seleção, atacando ainda o treinador Pep Guardiola, atualmente ao serviço do Manchester City, por ter defendido a independência da Catalunha, no passado.
"No caso de Guardiola, como no das raparigas, obrigá-las-ia a beijar a bandeira espanhola para saberem que estão a defender a camisola do seu país com honra e honestidade. Isso primeiro, depois podem protestar sobre o que quiserem. Parece-me bem que peçam o que pretendam, mas a seleção está acima disso", defendeu, em entrevista ao El Mundo.
Membro do Conselho de Administração dos veteranos do Real Madrid, o antigo avançado reconheceu que tem “uma opinião um pouco diferente da maioria” e mostrou-se contra a medida que pretende a igualdade salarial entre protagonistas do futebol feminino e masculino.
"Parece-me muito bem que as mulheres tenham o seu espaço e os seus direitos, como penso que têm, atualmente, e desde há bastantes anos. Há mulheres a trabalhar em todos os cargos de grandes empresas, e ninguém lhes fecha as portas", começou por afirmar.
"Mas penso que o futebol feminino e o masculino não podem ser equiparados em nada, porque tudo decorre em função das receitas que geras e da repercussão mediática. E, aí, não há comparação. Certamente que atletas de outros desportos também gostariam de faturar como as jogadoras da seleção espanhola, e não podem", continuou.
"É claro que outros atletas gostariam de ganhar como os futebolistas da seleção nacional, mas não podem. Eu gostava de ser pago como o Cristiano Ronaldo, mas não sou bom o suficiente. É assim que as coisas são. Cada um tem de saber qual é a sua posição. Elas não se podem queixar. O futebol feminino evoluiu, mas elas precisam de ter os pés no chão e saber que não podem, de forma alguma, ser equiparadas a um futebolista masculino", sentenciou Alfonso Pérez.