Amorim: "Todos os dias faço a avaliação se sou a pessoa certa para o futuro do Sporting"
Técnico dos leões recusou revelar conversas com o presidente sobre uma renovação contratual, mas admitiu saber que tem a confiança da direção.
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O encontro entre Sporting e Frankfurt tem caráter decisivo para o apuramento dos leões para a próxima fase da Liga dos Campeões, e chega num momento conturbado para o conjunto verde e branco, que venceu apenas uma das últimas cinco partidas. No meio da crise, Amorim assume saber que conta com o apoio da direção.
"Não vou comentar as conversas que tenho com o presidente. Tenho a confiança da direção, mas num clube grande isso não é suficiente. Temos de encarar as coisas como elas são. Temos de ganhar este jogo, passar aos oitavos de final e é isso que vamos fazer" explica, quando questionado sobre uma proposta de renovação avançada por Frederico Varandas.
Ainda assim, Amorim que a passagem ou não passagem aos oitavos em nada muda a forma como olha para o seu lugar ao comando dos leões. "Todos os dias faço a avaliação se sou a pessoa certa para o futuro do Sporting. Tenho a noção da exigência e dos objetivos do clube e no final farei essa avaliação. Gosto de assumir as responsabilidades, é algo que esta equipa técnica trouxe para o clube que foi exigência sem desculpas".
No sábado, na derrota por 1-0 com o Arouca, os leões sofreram mais um golo de bola parada, mas o treinador português diz que nada mudou além... Dos centímetros da equipa. "O trabalho tem sido o mesmo, toda a equipa técnica tem feito um trabalho exaustivo, como fazia noutras épocas. É olhar para a equipa e ver que, saindo o Palhinha, o Matheus, o Feddal, trocando por outros jogadores que foram opção nossa, para mudar a qualidade do jogo, isso retira muita altura e agressividade no ar. Nunca tivemos tantos jogos sem o Seba [Coates], por exemplo, nem tantos jogos sem o Paulinho. Às vezes temos só os baixinhos. Se não aumentarmos a agressividade... E nisso podemos ser muito melhores, um jogador pode ter dois metros mas podemos empurrá-lo sem falta, é o que fazem ao Seba. Temos culpa nesse problema da equipa, mas não há como substituir uma equipa que era muito grande por uma equipa muito mais baixa. Esses fatores têm de ser acautelados, não o foram pelo treinador porque olhou para o jogo de outra forma", revela.
Questionado sobre a necessidade de rodar jogadores, numa questão que apresentava o caso do Benfica, que rodou menos e que tem tido melhores resultados, Amorim atribuiu mérito aos encarnados. "Melhor treinador na parte do Benfica, melhor preparação dos jogadores. Ainda não tenho essa capacidade. Daí olhar para os meus e entender que precisávamos de energia para aquele jogo. Eu entendi de uma forma, o treinador do Benfica entende de outra. Se olharmos para os resultados vemos uma clara diferença na qualidade dos treinadores", esclareceu Amorim.
Outro dos comentários na conferência foi motivado pela utilização constante dos três centrais e se, em algum momento, ponderou abdicar disso. "Não. Eu penso muito mais em mudar o sistema quando é preciso, quando estamos bem. Quando estamos mal temos de voltar às raízes e saber o que fazemos. Acredito muito no nosso sistema. Às vezes são 3 centrais, outras são 4 defesas, depende de como pressionamos. Temos o Reis de um lado e o St. Juste do outro, podemos fazer uma variação para 4 defesas. Na pré-época não tivemos o St. Juste e isso mudou por completo o planeamento. Nunca tive ideia em mudar porque podemos fazer muito com as peças que estão", assegurou, antes de elogiar o adversário de terça-feira.
""Não há vantagem alguma. Sabemos que podemos contar com dois resultados, mas no início isso não terá impacto. O Eintracht, desde o último jogo connosco, mudou o sistema, voltou ao ano passado, espera mais as equipas. Deu-se bem com isso, voltou às raízes, lá tivemos um Eintracht que nos pressionou em cima e depois aproveitámos o espaço. É uma equipa completamente diferente. Marcam muitos golos na liga alemã. No início não terá influência, no fim logo veremos se faremos alguma adaptação ou se lemos o jogo e percebemos que é melhor segurar um ponto. Mas no início temos de pensar em ganhar senão não passamos à fase seguinte", disse.
O Sporting tem encontro decisivo na terça-feira (20 horas, ELEVEN1) frente ao Eintracht Frankurt. O empate é suficiente para os leões seguirem em frente, mas uma vitória e um deslize do Tottenham em Marselha serve aos leões para vencerem o grupo.