Responsáveis pelo futebol saudita ponderam criar uma competição de clubes europeus para rivalizar com a Liga dos Campeões, com Barcelona e Juventus a encabeçar o projeto, que pode dar força à ideia de uma Superliga europeia no Médio Oriente.
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A Arábia Saudita tem colocado em marcha, nos últimos anos, um plano para fazer do país do Médio Oriente o centro das atenções mediáticas do desporto mundial.
Em janeiro, com a contratação de Cristiano Ronaldo para o Al Nassr, foi dado um importante passo neste sentido, e, neste mercado de transferências, Karim Benzema, um dos nomes mais importantes da história recente do Real Madrid, mudou-se para o Al Ittihad.
A aquisição, por parte do Fundo de Investimento Público saudita, dos quatro maiores clubes do país - Al Ittihad, Al Nassr, Al Hilal e Al Ahli - foi o mote para uma verdadeira "corrida" a alguns dos jogadores mais cotados do continente europeu, como N'Golo Kanté, Hakim Zyech, Rúben Neves, Koulibaly, Heung-Min Son e Riyad Mahrez, entre muitos outros, a serem apontados a clubes sauditas.
No passado recente, têm sido várias as competições desportivas disputadas em território saudita. O Grande Prémio de Fórmula 1, a Super Golf League e a Supertaça de futebol espanhola são apenas alguns exemplos de eventos que demonstram a capacidade do país em atrair competições de renome, ou mesmo organizá-las de raiz, sustentada na formidável pujança financeira do Fundo de Investimento Público do Estado saudita.
Um dos objetivos dos responsáveis sauditas para o futuro próximo, é o de organizar uma competição entre clubes europeus na península arábica, à margem da Liga dos Campeões europeus, algo que pode tornar-se realidade, perante o possível afastamento de alguns emblemas históricos do velho continente das competições europeias, com o Barcelona e a Juventus a encabeçar a lista, de acordo com o jornal italiano Tuttosport.
Os dois clubes estão sob investigação da UEFA, que pode determinar a exclusão de ambos das competições europeias. A Juventus foi penalizada, pela justiça italiana, com a perda de 10 pontos e foi sancionada financeiramente como consequência das irregularidades fiscais praticadas (em causa esteve a inflação do valor de transferência de jogadores do clube). Já o Barcelona foi acusado, pelo Ministério Público espanhol, de corrupção, por tentar obter vantagem desportiva com o pagamento de sete milhões de euros à empresa do antigo árbitro Enríquez Negreira.
Pode isto querer dizer que, a confirmar-se o afastamento das competições europeias, e a consequente perda das receitas financeiras provenientes da participação nas mesmas, os dois clubes poderão sentir-se tentados a juntar-se a esta liga de clubes europeus, disputada na Arábia Saudita.
O investimento saudita pode, desta forma, reacender a chama da criação da Superliga europeia, projeto encabeçado, precisamente, por Barcelona e Juventus, juntamente com o Real Madrid. Esta iniciativa previa a realização de uma competição entre os maiores clubes europeus fora da alçada da UEFA, órgão regulador do futebol europeu. Uma das reinvidicações do lote que demonstrou interesse em avançar para a criação da Superliga tratava-se, precisamente, da vontade de garantir melhores condições financeiras para os clubes participantes. Os responsáveis por esta iniciativa acusaram mesmo a UEFA de acumular a maioria dos lucros provenientes da organização da competição. Mas o projeto não foi para a frente, travado pela própria UEFA.
Por esclarecer, fica a possibilidade de clubes da liga saudita poderem, eventualmente, participar nesta competição. No entanto, de acordo com a publicação italiana, os clubes europeus que participassem neste competição seriam convidados de forma a dar mais prestígio à prova.
A Arábia Saudita planeia, ainda, apresentar uma candidatura para a organização do Mundial de seleções de 2030, em conjunto com a Grécia e o Egito. Portugal, juntamente com Espanha e Ucrânia, manifestou oficialmente o interesse em organizar a competição em 2030, tal como o grupo de países sul-americanos formado por Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.