Ciclista da Anicolor-Tien21 recusa-se ser comparado a Pogacar e valoriza o trabalho da equipa no GP Douro Internacional.
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O vencedor da Volta a Portugal do ano passado foi a grande estrela do Grande Prémio Douro Internacional. Artem Nych (Anicolor-Tien21) vestiu a camisola amarela no primeiro dia, em Armamar, e levou-a até Lamego, onde recebeu a consagração do pelotão e do público numa prova marcada pelo calor e pela dureza do relevo. A atravessar um grande momento de forma, o ciclista russo, de 30 anos, é um sério candidato a revalidar o êxito da prova rainha do ciclismo nacional.
Qual era o vosso plano para este Grande Prémio Douro Internacional? Era ganhar logo no primeiro dia?
Sim, pensávamos que conseguíamos ganhar logo no primeiro dia. Se não conseguíssemos, no segundo dia íamos dar a vida [risos].
Dá-se bem a correr com muito calor?
Já estou habituado. Mas o primeiro ano foi muito difícil. A cidade onde eu nasci, Kemerovo, também é quente. Ontem [anteontem] estiveram 31 graus, mais ou menos como aqui. Mas na Sibéria a diferença é muito grande. No verão podem ser 32 ou 34, mas no inverno menos 40 ou 30.
Já se sente mais confiante e confortável a correr em Portugal?
Quando vim para Portugal, sentia-me confortável, porque as pessoas são muito tranquilas. Estou a pensar continuar, tenho contrato por mais um ano. É 100% garantido que fico mais um ano em Portugal.
No final da Volta a Portugal, do ano passado, Ruben Pereira, o seu diretor-desportivo, considerava-o como um terceiro filho. A sua relação com ele ajuda-o a ter resultados?
O Ruben trabalha muito para toda a equipa e ajuda-nos muito. Nós somos uma família, amigos e temos confiança.
Quer repetir a vitória da Volta a Portugal do ano passado?
Para mim, não é muito importante. O mais importante é a equipa ganhar. No ano passado, acho que não fui o corredor mais forte da Volta a Portugal.
O que espera agora desta segunda metade da época?
Vou-me preparar o melhor possível, treinar e focar-me nos meus objetivos. Se conseguir ganhar, perfeito. Senão, a vida não vai acabar.
Sabe que na Volta a Portugal vão estar todos de olho em si?
Não sei porquê, mas em todas as Voltas a Portugal começo sempre mal. Espero que agora comece melhor.
Sente-se bem sendo um ciclista muito marcado pelos adversários?
Isso não é importante. Temos ciclistas muito fortes na equipa, como o Ruben Fernández. O Alexis Guérin agora também está muito forte. E o Harrison Wood. Eles não podem marcar todos.
Mas sente-se pressionado?
Não, sinto-me tranquilo. Porque não sou o líder sozinho da equipa. Se correr mal, por algum motivo, outros ciclistas podem ganhar.
Este ano está a conseguir atacar de uma forma que parece superior à dos outros anos. É uma espécie de Pogacar em Portugal?
Não, não. Isso é impossível. Eu às vezes tenho muita sorte, nem sempre ganho pela força.
Mas esta corrida foi ganha como se fosse Pogacar?
A equipa foi muito forte, controlou tudo, porque é impossível ganhar sozinho. A minha equipa foi impressionante.
Sente-se mais forte do que no ano passado?
Sinto-me um pouco mais. Agora, trabalho com um treinador e isso faz a diferença. Nos últimos três anos, treinei sozinho.