Angel Di María vive um período de ouro. Depois do bis com o F. C. Porto e do hat-trick ao Estrela da Amadora, na quarta-feira desbloqueou a partida no Mónaco ao fazer as assistências para os golos da vitória dos encarnados, na Liga dos Campeões. É caso para dizer que a carreira do argentino, de 36 anos, tem sete vidas.
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No principado, levou a equipa às costas: aos 84 minutos, fez o cruzamento para uma cabeçada certeira de Arthur Cabral e, pouco depois, voltou a colocar a bola na grande área, onde Amdouni aproveitou para marcar o golo da vitória. Quem esperava um Di María em queda, devido à idade, enganou-se redondamente. Atravessa um dos melhores períodos da sua carreira e não quebrou psicologicamente por ter sido “impedido” de regressar no verão ao Rosario Central, clube onde se formou. O facto de se ter retirado da seleção argentina, após a última Copa América, também não lhe retirou espírito competitivo, pelo contrário, tem, agora, mais tempo para descansar e para estar focado no Benfica e na família.
A vida de Angel Di María foi de superação. Os seus pais trabalhavam numa mina de carvão e viveu uma infância repleta de dificuldades, ao lado das duas irmãs, não tendo sequer direito a uma alimentação diária saudável. O salto deu-se quando começou a dar nas vistas no Rosario, onde cedo começou a jogar futebol, qualidades que chamaram à atenção do Benfica. Com 18 anos, mudou-se para a Europa e, após um período de adaptação na Luz, explodiu com a chegada do treinador Jorge Jesus. Nessa atura, pediu ao pai para não voltar a trabalhar e comprou uma nova habitação para a sua família.